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Mobilização e protagonismo social: a solução está em nossas mãos

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Sergio Sgobbi Interna

Sergio Sgobbi InternaAs demandas da sociedade contemporânea são crescentes. Se caracterizam pela diversidade, amplitude e níveis cada vez mais sofisticados e complexos, exigindo atitudes dos poderes instituídos, comum senso de urgência que dramatiza ainda mais este cenário.

Sob a ótica dos entes públicos, háde se considerar as suas limitações,por uma série de circunstâncias, quersejam financeiras, institucionais oulegais, incorrendo invariavelmente em reclamações e insatisfações que, porsi só, não resolvem, mas se acumulam, gerando mais frustação, descrédito com a coisa pública e desamparo no atendimento dos direitos dos cidadãos.

As perguntas que se colocam diante deste cenário são: como sair deste imobilismo e assumir um protagonismo? Como estabelecer osenso de urgência? Entender quaissão os direitos e deveres pode ser um caminho a ser trilhado? Quais são asalternativas? O problema é sempre“dos outros” e a responsabilidade deveser assumida por terceiros?

Muitas outras questões poderão vir à medida que refletimos sobre o tema, porém alguns questionamentos devem permear as próximas ações: estou fazendo a minha parte? Contribuo positivamente para a solução dos problemas? Posso participar, me engajar, ser ativo na solução?

A sociedade civil mobilizada,organizada e ciente das suas limitações não pode ser omissa das suas responsabilidades. Tem que dar respostas e assumir o protagonismo em aspectos falhos, mesmo de difícil resolução. Deve participar ativamente no processo de sua constante construção, de maneira engajada e mobilizada, em busca de soluções e de alternativas para problemas que a própria sociedade atual criou. Este é um caminho.

Em Araraquara, o CMDES – Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico e Social –, organismo instituído por lei, que tem entre suas atribuições assessorar, acompanhar, opinar, apreciar e propor alternativas, de ordem administrativa, operacional, financeira e orçamentária, é um instrumento que se propõe a tirar a sociedade do seu imobilismo, via participação voluntária dos seus membros e o engajamento de outros atores sociais conforme a necessidade assim demandar.

Mas como se dá esta participação? Primeiro na composição do Conselho. São 33 membros que se dividem da seguinte forma: 8 representantes do setor público, entre administração direta e autarquias; 20 representantes da sociedade, escolhidos por deliberação do Prefeito Municipal, com o objetivo de trazer a pluralidade da sociedade de raça, gênero, credo e representatividade institucional; e, por fim, 5 membros que constituem um fato inédito na conformação de conselhos desta natureza, já que são eleitos diretamente pela população, por meio do Orçamento Participativo.

O trabalho do CMDES está seguindo um planejamento, por meio do qual as áreas prioritárias escolhidas são: Ambiente de Negócios – para promover a melhoria das condições objetivas de ampliação e facilitação das transações comerciais, industriais e de serviços; Atração de Investimentos – com o objetivo de instrumentalizar o município com informações e ações na busca e fomento de novos investimentos; Ciência, Tecnologia e Inovação – para aproveitar e estimular o potencial de conhecimento das universidades e centros de pesquisa em prol da sociedade; Direitos Humanos – para trabalhar a inclusão dos temas de raça, gênero, opção sexual e pessoas com deficiência, no cotidiano da sociedade; Trabalho, Ocupação e Cooperativismo – para buscar formas de atendimento das demandas por trabalho na sociedade moderna.

Desta forma, com planejamento, objetivos claros e principalmente com a mobilização, participação e envolvimento dos membros do CMDES e da população, estamos induzindo o protagonismo da sociedade para a solução dos seus problemas. Esta é uma alternativa. O seu alcance e dimensão somente o tempo poderá avaliar.

Sérgio Sgobbi

Presidente do Conselho Municipal deDesenvolvimento Econômico e Social