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Justiça condena “Flavinho” que recebia mesada do PCC para matar militares, um deles em Araraquara

Polícia Federal mapeou rede de lavagem de dinheiro que deu mesada de R$ 4 mil a Flávio Silva Luiz após assassinar policiais em São Paulo. Sobre ele já havia uma condenação de 34 anos pelo assassinato de Adriano Simões da Silva, policial militar em Araraquara, num mercadinho no Parque São Paulo.

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Acusado de mandar matar policial militar foi julgado em São Carlos (Foto: João Furlan/ EPTV)

No último domingo (06) a Justiça condenou por sentença dada pelo juiz Angel Tomas Castroviejo, da 1ª Vara Criminal de Sertãozinho. um detento do Primeiro Comando da Capital (PCC), que recebeu mesada da facção criminosa, após cumprir ordens para assassinar policiais militares no interior de São Paulo. Conhecido como “Maiko”, “Flavinho” e “Maicon”, Flávio Silva Luiz foi condenado a nove anos e sete meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.

Flavinho já tinha sido condenado a 34 anos de prisão pelo assassinato do policial Adriano Simões da Silva, em Araraquara, como parte de uma sequência de atentados da facção contra policiais no estado de São Paulo.

O PM Marco Aurélio de Santi assassinado a mando de Flavinho em Araraquara (Foto: SCA)

Segundo publicação feita pelo jornal Metrópole, o bandido também já tinha sido condenado a 21 anos de prisão por ser o mandante da execução do policial militar Marco Aurélio de Santi. O crime ocorreu em Araraquara no ano de 2012, quando a mando de Flávio, os irmãos Elton Luís Iane Esteves e Éder Aparecido Esteves assassinaram o policial que fazia segurança em um mercado no Parque São Paulo.

Naquele mesmo ano mais de 100 policiais foram mortos por bandidos que integravam a facção.

A nova condenação de Flávio Silva Luiz foi consequência da Operação Caixa Forte, da Polícia Federal, que mapeou a lavanderia de dinheiro do PCC, em que foi identificado como a organização criminosa repassava recursos de origem criminosa para familiares de integrantes da facção.

MESADA DE R$ 4 MIL

De acordo com os investigadores, Flávio Luiz recebeu uma mesada de R$ 4 mil, mas o dinheiro não era entregue diretamente a ele. O pagamento era depositado mensalmente em uma conta bancária criada em nome de sua filha, de 11 anos.

A polícia obteve documentos que mapeavam os pagamentos para Flávio e outros comparsas. Os investigadores apontaram à Justiça que uma mesada de R$ 4 mil era reservada somente aos integrantes do PCC que tinham cumprido “missões” importantes para a facção.

No caso de Flávio, a polícia aponta que ele foi responsável por ordenar a morte de vários policiais a mando da facção. Por isso, tinha direito a um pagamento mensal de R$ 4 mil.

Entre 9 de agosto de 2017 e 27 de abril de 2020, investigadores rastrearam que Flávio recebeu um total de R$ 104 mil na conta bancária de sua filha.

A conta da criança era controlada pela mãe dela, Isabel Cristina Almeida Reis, que por isso acabou condenada a quatro anos e seis meses de prisão, pelo crime de lavagem de dinheiro.

EM ARARAQUARA

Os irmãos Elton Luís Iane Esteves e Éder Aparecido Esteves vão à Júri Popular nesta terça-feira (28), a partir das 9h30, no Fórum de Araraquara. Eles são acusados de participação no assassinato de Adriano Simões da Silva, de 36 anos, sargento da Polícia Militar. O crime aconteceu em setembro de 2012, em Araraquara, quando o militar trabalhava como segurança de um supermercado no Parque São Paulo. Ele foi alvejado com 18 tiros.