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Valor médio da cesta básica tem leve queda em setembro, diz Sincomercio

Análise mensal do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara aponta que dois dos três grupos de produtos avaliados apresentaram aumento de preço.

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Entre os grupos, a alimentação e limpeza doméstica apresentaram redução de preços, enquanto a higiene pessoal encareceu

Em setembro, o valor médio da cesta básica em Araraquara apresentou queda de 0,09%, segundo a pesquisa mensal do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara. De acordo com o levantamento, o custo da cesta que em agosto deste ano era de R$ 939,40 passou para R$ 938,52, ou seja, um barateamento de R$ 0,88.

Gráfico 1 – Evolução do custo médio e variação mensal da cesta básica em Araraquara – setembro/2021 a setembro/2022

Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara

No período, dois dos três grupos de produtos apresentaram aumento de preço. O de alimentação, que possui maior peso sobre o custo total da cesta, foi o único a apresentar queda, com variação percentual de -0,54% no mês, ou R$4,18 a menos, sendo responsável pela deflação da cesta analisada. Entre as altas, o grupo de limpeza doméstica foi o que apresentou maior elevação, 3,73%. Na sequência, os itens de higiene pessoal tiveram aumento de magnitude menor, 0,70%.

No mesmo mês, os produtos com maior acréscimo percentual foram: batata (21%), cebola (5,7%), sabão em barra (5,7%), água sanitária (5,0%), sabão em pó (3,2%) e extrato de tomate (3,2%). E as principais quedas percentuais foram: queijo muçarela (-22,2%), alho (-14,7%), feijão carioca (-7,6%), óleo de soja (-4,5%) e arroz branco (-1,8%).

O queijo muçarela foi o produto que mais reduziu em termos reais, provocando economia de R$ 5,87 no custo médio da cesta, em razão da queda de R$11,74 no valor do quilo. Por outro lado, o aumento que mais pesou no bolso do consumidor veio da carne de primeira – contrafilé, que apresentou elevação de R$3,25 no custo da cesta analisada, em razão da alta de R$1,08/quilo.

“Captado por meio do preço do queijo muçarela, que registrou a principal variação percentual mensal negativa e a queda com maior impacto sobre o custo da cesta, o barateamento do leite ocorre devido à três fatores: aumento das importações, aumento da produtividade no campo e enfraquecimento da demanda. Dessa forma, no mercado forma-se um cenário de estoques de derivados lácteos alto, enquanto simultaneamente a produção interna no campo volta a se recuperar”, avalia Icaro Zancheta, pesquisador do Núcleo de Economia do Sincomercio.

Pelo lado das importações, houve uma elevação do volume importado de leite, que aumentou 63,8% em agosto, por conta da baixa oferta deste produto no mercado interno. “Também pelo lado da oferta, o retorno das chuvas da primavera favorece a disponibilidade e a qualidade das pastagens, e, de acordo com CEPEA-ESALQ/USP, consequentemente, eleva a oferta de leite e diminui seu preço”, reforça Icaro.

O pesquisador ressalta ainda que, de acordo com o CEPEA, houve o enfraquecimento da demanda por leite e seus derivados desde a segunda quinzena de julho, por conta das altas persistentes de preço observadas a partir de junho.

Já entre as altas, a batata figurou entre as maiores variações percentuais positivas. Novamente de acordo com o CEPEA, esse movimento é resultado da diminuição na oferta nacional de batatas, que se deve a desaceleração das colheitas da safra de inverno e do grande volume de chuvas, principalmente na última semana de setembro, o que causou um excesso de água no solo, impedindo que a maioria dos produtores realizassem sua colheita.

Gráfico 2 – Evolução do preço médio e da variação mensal do queijo muçarela – setembro/2020 a setembro/2022

Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara

INFLAÇÃO

No acumulado entre janeiro e setembro de 2022, a cesta básica encareceu R$ 103,65 – o que corresponde a 12,42% de aumento. Entre os grupos de produtos, todos apresentaram encarecimento. Os produtos de limpeza doméstica registraram alta de 27,91% ou R$ 15,79, os itens de higiene pessoal subiram 14,90%, equivalente a R$12,95, e o grupo de alimentação – o de maior impacto financeiro – ficou 10,84% ou R$ 79,91 mais caro.

Já entre os produtos, 28 dos 32 itens apresentaram encarecimento entre os meses de janeiro e setembro de 2022. Nesse sentido, os que apresentaram maior alta acumulada nos nove primeiros meses do ano foram: cebola (58,76%), batata (50,75%), sabão em barra (41,07%), farinha de mandioca torrada (32,92%) e queijo muçarela (30,20%). Apenas alho, óleo de soja, açúcar refinado e linguiça fresca apresentaram redução de preço no mesmo período, com quedas de 6,17%, 5,35%, 4,88%, 2,37%, respectivamente. Na variação acumulada em 12 meses, o custo total da cesta aumentou 12,46% – encarecimento de R$ 104,02.

Em Araraquara, esse valor representa atualmente 77,4% do salário mínimo. É inferior ao registrado no mês anterior, de 77,5%, e 1,5 pontos percentuais acima do registrado no mesmo mês do ano passado, em setembro de 2021, quando o preço da cesta básica representava 75,9% do salário mínimo vigente à época. Em setembro de 2020 e 2019, a cesta básica custava, em média, R$ 689,66 e R$551,88, representando, respectivamente, 66% e 55,3% do salário mínimo do araraquarense.

Gráfico 3 – Variação mensal do preço médio dos produtos componentes da Pesquisa de Preços da Cesta Básica em Araraquara – setembro/2022

Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara