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Guardas Municipais entregam cargos em apoio a comandante exonerado pelo Secretário de Segurança

Subcomandante e quatro dos cinco inspetores saíram juntos com o comandante, que segundo consta, estaria sendo perseguido, assediado e destituído do cargo.

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Conflito funcional pode causar divergências no comportamento da Guarda após denúncias do ex-coordenador Danilo João de Oliveira Soler

O agora ex-comandante da GCM Danilo Soler, de acordo com o Sismar – sindicato que representa a categoria dos servidores públicos – foi perseguido pelo governo Lapena e destituído do cargo nesta quarta-feira (17). Em solidariedade a ele, cinco dos outros seis GCMs que ocupavam cargos de confiança, como subcomandante e inspetores, entregaram seus cargos. Somente um inspetor se manteve na posição.

Em nota publicada em suas redes sociais na tarde desta quinta-feira (18) Soler denuncia ter perdido o cargo por não compactuar com mentiras, perseguições, vaidades políticas e pedidos de atuação contrários ao interesse público.

Na carta em que entregam seus cargos, os demais GCMs também fazem acusações duras. “A decisão se dá em virtude de ingerências diretas e recorrentes do Secretário Municipal de Segurança e Mobilidade Urbana, Adalberto José Ferreira, que têm comprometido a autonomia administrativa e operacional da Guarda Civil Municipal, bem como prejudicado o pleno exercício de nossas atribuições” afirmam no documento. É a primeira vez que a GCM fica sem comando, em 24 anos de existência da corporação na cidade, aguardando o novo nome que será anunciado no final da tarde, durante entrevista coletiva à imprensa.

O Sismar em sua página nas redes sociais, diz que – este é mais um caso que escancara o modo de trabalho o governo, que estaria usando o assédio como ferramenta de gestão, retaliando, punindo e perseguindo servidores pelos mais variados motivos. “O assédio no ambiente de trabalho traz consequências trágicas não só para a vítima, mas para todo o setor e inclusive gera gastos para o Estado, com afastamentos e ações judiciais”, comentou a diretoria do órgão.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2019, firmou sua Convenção 190, sobre a Violência e o Assédio, na qual reconhece oficialmente a violência e o assédio no mundo do trabalho como possíveis violações ou abusos dos Direitos Humanos. Por conta disso, explica o sindicato – o caso foi denunciado ao Ministério Público do Trabalho pelo Sismar já na tarde desta quinta-feira (18). E todos os demais casos que vierem ao conhecimento da diretoria também serão denunciados, porque essa prática não pode continuar, reafirma.