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Prefeitura e Fungota omitem informações e indicam o MP como melhor caminho

Das 8 perguntas constantes de uma pauta enviada à Prefeitura Municipal sobre sua ligação e também da Fungota com a empresa Inaz do Pará desde 2017, nenhuma foi respondida. Aliás, a resposta veio lacônica e intimidativa: “Se existem dúvidas, o Ministério Público é o melhor caminho”.

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Prefeitura transfere ao Ministério Público o dever de nos dar informações contrariando a transparência que ela assegura ter

Ao serem questionadas nesta semana pelo RCIARARAQUARA sobre um assunto a ser focado nos próximos dias pelo nosso portal, a Prefeitura Municipal e a Fungota – órgãos diretamente envolvidos na pauta ou notícia – além de não responderem as perguntas feitas pela redação – se deram ao luxo de auto se elogiarem e envolverem o Ministério Público de Araraquara na questão.

Assim, Prefeitura e Fungota responderam:

“A Fungota trabalha e realiza todas as suas ações dentro da legalidade e de forma ética e transparente. Todos os assuntos envolvendo a Fundação constam em prestação de contas e Portal da Transparência, como dita a lei. Se existem dúvidas, o Ministério Público é o melhor caminho.”

Além de lacônica e truculenta, a nota fere os princípios da transparência que ambos – Prefeitura e Fungota – mencionam existir, tornando sucinta a resposta, acompanhada do incomensurável desejo de acabar logo com a conversa. Sua atitude é o retrato da incompreensão estabelecida por instituições que fogem as perguntas e respostas quando acuadas por conta da pressão feita por quem lhes paga, no caso o contribuinte ou pagador de impostos.

Por outro lado, ao mencionar que – se existem dúvidas, o Ministério Público é o melhor caminho – Prefeitura e Fungota supostamente elegem o MP de Araraquara como um Escritório de Representação, uma espécie de Sucursal ou Filial responsáveis pelos seus atos e fazendo a nós, o apontamento intimidativo de que a nossa Justiça sabe de tudo que ocorre na governabilidade de ambas. Só não disse e nem poderia dizer que ela é conivente com suas ações e decisões. Cremos que não é bem assim.

O Ministério Público é constituído por pessoas probas, quer dizer íntegras, honradas, que jamais usariam a Justiça para acobertar ou avalisar atos supostamente duvidosos. Ao nos direcionar para o Ministério Público, tanto a Prefeitura quanto a Fungota, parece que leram os nossos pensamentos, mas primeiro precisamos das informações que ambas omitiram para depois encaminharmos a provável denuncia a quem de direito.

Atualmente exercemos um jornalismo investigativo ou de investigação, seguindo à prática de reportagens especializadas em desvendar mistérios e fatos ocultos do conhecimento público, especialmente casos que podem eventualmente virar notícia. O Código de Ética dos Jornalistas assegura o direito ao profissional de divulgar qualquer informação que seja de interesse público.

Os ofendidos com as perguntas devem entender que “os fatos, os acontecimentos, os fenômenos, não aparecem diante de nós como algo íntegro e totalizado. O processo do conhecimento pressupõe a coleta desses fragmentos e sua conexão com antecedentes e conseqüências para que o fato seja mostrado na sua totalidade”.

Numa análise rápida sobre o tipo de jornalismo que praticamos, qual seja independente, a Prefeitura e a Fungota devem entender que ele tem como principal objetivo promover uma reflexão cuidadosa e analítica, fornecendo ao público um melhor entendimento do que se passa e que normalmente envolve assuntos mais complexos ou um conjunto de fatos que possa revelar uma nova forma de olhar para a administração pública de uma cidade.