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Queda do varejo nacional em julho foi inesperada

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Varejo 14Troca de estação pode ajudar o varejo em Araraquara

Para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a queda de 1% no varejo restrito nacional em julho frente a igual mês do ano passado foi inesperada e se deve principalmente a três fatores: liberação do saque do FGTS em 2017 ― que fortaleceu a base de comparação ―; confiança do consumidor em patamar muito baixo; e incertezas eleitorais. O dado foi divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O ritmo de crescimento do comércio está perdendo força em 2018, tanto o restrito quanto o ampliado, o que possivelmente faça com que o setor feche o ano em patamar abaixo do estimado inicialmente”, analisa Emílio Alfieri, economista da ACSP.

“O efeito dos juros está perdendo força, visto que, a essa altura, no ano passado, a taxa Selic já estava abaixo dos dois dígitos, em 9,25%. A eficácia dessa medida monetária, portanto, já não é mais tão grande. O único fator macroeconômico mais favorável é a massa salarial, que tem crescido, mas não a ponto de eliminar os fatores negativos”, avalia o economista.  

Sobre o ramo de tecidos, que caiu 8,4%, ele comenta que “Apesar de ter feito um pouco de frio em julho, a venda de roupas deixou a desejar, provavelmente porque a liberação do FGTS no ano passado aumentou a base de comparação e ajudou o segmento”. Quanto a móveis e eletrodomésticos (-6,9%), área que vinha crescendo bastante, Alfieri diz que é outra grande surpresa, pois o ramo vinha ajudando a puxar as vendas para cima.  “Provavelmente a saída prematura do Brasil da Copa do Mundo deva ter esfriado as vendas de TV”.

Por fim, o economista da ACSP chama atenção para um destaque positivo, o segmento de automóveis, que cresceu 16,9% sobre julho anterior, embora ainda esteja 34,3% abaixo do recorde obtido antes da recessão. “Provavelmente isso se deve ao apoio dos bancos às montadoras, que alongaram os prazos de financiamento, e aos novos lançamentos da indústria”, conclui.