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Setor sucroenergético representa 32,4% nas exportações paulistas

Segmento cresceu 26,3% em valores e 11,1% em volumes exportados

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Em Nova York, na ICE Futures, o açúcar bruto teve valorização de 30 pontos no primeiro lote

De janeiro a junho de 2021, as exportações do agronegócio paulista apresentaram aumento 11%, alcançando US$ 9,20 bilhões; enquanto as importações cresceram 3,7%, totalizando US$ 2,24 bilhões.

Essas transações resultaram em um superávit de US$ 6,96 bilhões, montante 13,5% superior ao mesmo período de 2020, informa a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA/Apta).

No mesmo período, as exportações totais do Estado de São Paulo somaram US$ 25,03 bilhões e as importações US$ 32,35 bilhões, registrando déficit de US$ 7,32 bilhões. Sendo assim, fica claro que o déficit do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho do agronegócio estadual, ressaltam Marli Dias Mascarenhas Oliveira, José Alberto Angelo e Carlos Nabil Ghobril, pesquisadores do IEA.

Os principais grupos nas exportações do agronegócio paulista foram: Complexo Sucroalcooleiro (US$ 2,98 bilhões, sendo que desse total o açúcar representou 87,9%, e o álcool, 12,1%), Complexo Soja (US$ 1,62 bilhão), Carnes (US$ 1,15 bilhão, do qual a carne bovina respondeu por 86,7%), Sucos (US$ 722,06 milhões, dos quais 96,8% referentes a sucos de laranja) e Produtos Florestais (US$ 765,83 milhões, com participações de 50,1% de papel e 35,3% de celulose).

O agregado desses cinco grupos representou 79,3% das vendas externas setoriais do Estado, explicam os autores, destacando que, o grupo de Café, tradicional nas exportações paulistas, aparece na sétima colocação (US$ 353,63 milhões, dos quais 74,9% referentes ao café verde).

No primeiro semestre de 2021, em comparação com o de 2020, houve importantes variações nos valores exportados dos principais grupos de produtos da pauta paulista, com aumentos para os grupos do Complexo Sucroalcooleiro (+26,3%), dos Sucos (+15,1%), das Carnes (+6%), e do Complexo Soja (0,6%), apenas o grupo de produtos florestais apresentou queda (-5,2%). Essas variações nas receitas do comércio exterior são derivadas da composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados.

Desses grupos relevantes, o Sucroalcooleiro é o que apresenta a maior participação (32,4%) nas exportações paulistas. No total, o grupo cresceu 26,3% em valores e 11,1% em volumes exportados, devido ao desempenho das vendas externas do açúcar (29,5% em valores e 11,6% em volume). Para o álcool, os embarques apresentaram aumentos de 4,3% em volume e de 7,1% em valores, quando comparados com o mesmo período de 2020. Os destinos das exportações desse grupo são bem diversificados em termos de participação dos países, e os resultados apontam como principais compradores China (11,3%), Argélia (7,6%), Nigéria (7,2%), Arábia Saudita (7%), Bangladesh (6,7%), Indonésia (5,9%), Malásia (5,1%) e Coreia do Sul (5%).

Em relação aos destinos das exportações do agronegócio, a China (US$ 2,43 bilhões, 26,4% de participação e variação positiva de 10,9% em relação ao valor do primeiro semestre de 2020) é o principal destino das exportações de São Paulo; seguida da União Europeia (US$ 1,23 bilhão, 13,4% de participação e aumento de 0,2% sobre 2020) e dos Estados Unidos (US$ 830,77 milhões, participação de 9% e variação positiva de 22%). Na sequência, completando os 10 principais destinos em termos de participação, aparecem Argélia (2,7%), Arábia Saudita e Bangladesh (ambos com 2,6%), Nigéria (2,4%), Indonésia (2,3%), Coreia do Sul (2,2%), Índia (1,8%) e Malásia (1,8%). A tabela 5 apresenta os 20 principais destinos das exportações paulistas no ano de 2021 que, somados, representam 78,8% do total, e as respectivas pautas (em %) por grupos de produtos.

BALANÇA COMERCIAL DO BRASIL

A balança comercial brasileira registrou saldo positivo de US$ 36,73 bilhões no acumulado de janeiro a junho de 2021, com exportações de US$ 135,89 bilhões e importações de US$ 99,16 bilhões. Esse resultado indica aumento de 64,8% no saldo comercial em relação ao mesmo período de 2020, quando alcançou US$ 22,29 bilhões. No mesmo período, as exportações do agronegócio apresentaram aumento (+20,8%), alcançando US$ 61,49 bilhões. Já as importações cresceram 20,2% no período, registrando US$ 7,50 bilhões. O superávit do agronegócio foi de US$ 53,99 bilhões.

Os principais grupos nas exportações do agronegócio brasileiro foram: Complexo Soja (US$ 29,26 bilhões, sendo 84,8% de participação da soja em grãos), Carnes (US$ 9,05 bilhões, com as carne bovina, de frango e suína representando, respectivamente, 45%, 37,6% e 14,8% desse total), Produtos Florestais (US$ 6,40 bilhões, com participações de 49,2% de celulose e 37,8% de madeira), Complexo Sucroalcooleiro (US$ 4,64 bilhões, dos quais 89% de açúcar) e Café (US$2,98 bilhões, tendo o café verde com participação de 91,2%). Esses cinco grupos agregados representaram 85,2% das vendas externas setoriais brasileiras.