Pela primeira vez, o café integra a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza como espécie em vias de extinção.
De acordo com um estudo publicado esta semana nas revistas ScienseAdvances e Global Change Biologys, 60% das 124 espécies de café no mundo estão em risco de extinção.
A pesquisa afirma que o desmatamento, as mudanças climáticas, a propagação de doenças e os fungos patogênicos são as principais causas para essa redução, que pode fazer com que a produção de café diminua em, pelo menos, 50% até 2088.
O estudo do Royal Botanic Gardens de Kew, no Reino Unido, revela ainda que as medidas de conservação dos grãos de café atualmente são “inadequadas”. O Diário de Notícias informa que 28% das espécies de café silvestre crescem fora das áreas protegidas e apenas 55% são preservadas em bancos de sementes.
À BBC, Aaron Davis, um dos responsáveis pelo estudo, disse que “se não fosse pelas espécies selvagens, hoje não teríamos tanto café no mundo para beber“. “Se olharmos para a história do cultivo de café, nós usamos as espécies silvestres para tornar a colheita do café mais sustentável.”
Isso faz soar o alarme: esta é a primeira vez que o café é classificado como ameaçado no ranking oficial da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza.
“Tendo em conta a importância do café arábica para a Etiópia e para o mundo, precisamos fazer o máximo para entender os riscos para a sua sobrevivência na natureza”, afirmou Tadesse Woldemariam, do Fórum de Meio Ambiente e Café de Adis Abeba.
Nós usamos majoritariamente grãos de café de duas espécies – arábica e robusta. Há ainda uma terceira, a Libéria, mas é raramente utilizada comercialmente.