Home Agronegócio

Brasil terá que produzir 1,1 bilhão de litros de SAF até 2037, estima a Firjan

Estudo da Firjan com estimativa de produção de SAF é apresentado na Fenabio, durante a Fenasucro & Agrocana

21
Pelo calendário, em 2027 e 2028, é previsto a redução mínima de 1% nas emissões

Para atender as metas de descarbonização previstas no marco legal do Combustível do Futuro, o Brasil terá que produzir 1,1 bilhão de litros de combustíveis sustentáveis (SAF) até 2037.

Esse é o volume de consumo de SAF necessário para atingir a meta de 10% de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) somente nos voos domésticos nacionais.

Os cálculos de produção do biocombustível constam da nota técnica “Panorama dos Combustíveis Sustentáveis de Aviação (SAF)”, produzida pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e que será lançada nesta quarta-feira (13/8) no Congresso Fenabio, espaço de conferência da 31ª edição da Fenasucro & Agrocana, principal feira global do setor sucroenergético que ocorre em Sertãozinho, interior de São Paulo.

Tratados internacionais do setor de aviação civil ainda ampliarão a demanda de produção desse biocombustível que será misturado majoritariamente ao querosene de aviação derivado do petróleo. Hoje, país possui apenas seis projetos para produção de SAF.

O levantamento da Firjan tem como base as projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para o consumo de combustíveis sustentáveis na aviação doméstica. As projeções apontam para o volume anual, a partir de 2027, a ser demandado para atender os voos domésticos conforme estabelecido pela Lei nº 14.993/24, conhecida como “Lei do Combustível do Futuro”.

A nota técnica “Panorama dos Combustíveis Sustentáveis de Aviação (SAF)” pode ser baixada na plataforma Observatório Firjan (clique aqui para acessar).

O cronograma visa uma adoção gradual do SAF, que será misturado aos demais combustíveis tradicionais de aviação, incentivando investimentos em novas tecnologias e na capacidade produtiva nacional.

Pelo calendário, em 2027 e 2028, é previsto a redução mínima de 1% nas emissões. Para atingir o percentual nestes dois anos serão necessários a disponibilidade de 83 milhões e 153 milhões de litros de SAF, respectivamente, para os voos domésticos. A partir disso, a redução de emissões crescerá 1% a cada ano até atingir os 10% em 2037.

Conforme a Firjan, usando a projeção de consumo de querosene de aviação em 2027 e o histórico de vendas internas de combustível de aviação, o percentual de mistura de SAF para voos domésticos será de aproximadamente 1,7% em volume, a depender da intensidade de carbono da rota de produção escolhida. Em termos de comparação, o biodiesel começou com 2% obrigatórios em 2008, chegando a 15% este ano.

BRASIL E O MERCADO DE SAF

“O Brasil, com sua experiência na produção de biocombustíveis e a alta disponibilidade de matérias-primas renováveis, possui um grande potencial para assumir a liderança desse mercado de SAF e contribuir também nessa frente para uma economia global de baixo carbono. O Rio de Janeiro, como um dos principais hubs logísticos e aeroportuários do país, tem papel estratégico na consolidação do SAF no país”, argumenta o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.

Já a gerente geral de Petróleo, Gás, Energias e Naval da federação, Karine Fragoso, alerta também quanto a necessidade de produção e fornecimento de combustível SAF até 2027 no Brasil.

“Apesar de ainda não haver capacidade produtiva instalada no país para produção de SAF, o Brasil é líder em biocombustíveis e tem abundância em matéria-prima renovável que pode ser utilizada em plantas de produção no futuro. Precisamos avançar de forma coordenada para superarmos potenciais gargalos, preparando o país para produzir combustível de baixa emissão de forma sustentável e atendendo à legislação em vigor”, aponta.