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Cana ganha protagonismo no uso de biológicos e se consolida entre os maiores mercados do país

Kynetec mostra que nematoides, cigarrinhas e broca lideram demanda no setor e concentram parte dos R$ 4,35 bilhões movimentados

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Setor consolida o uso de biológicos como eixo estratégico de manejo

O mercado brasileiro de defensivos biológicos manteve o ritmo acelerado na última safra, alcançando R$ 4,35 bilhões em faturamento, segundo o estudo FarmTrak da Kynetec. A expansão é sustentada pela adoção crescente de soluções sustentáveis e pela necessidade de manejar pragas que se intensificam com a maior complexidade produtiva.

Entre as principais culturas, soja, milho segunda safra e cana-de-açúcar respondem por 86,6% do valor investido, com destaque para a cana, que avança na profissionalização do manejo biológico e já representa 11,8% do mercado.

Na cultura canavieira, três alvos concentram a maior parte das aplicações: nematoides, cigarrinhas e broca-da-cana. O manejo de nematoides permanece como prioridade devido aos impactos diretos nas raízes e na capacidade de absorção de água e nutrientes, enquanto a cigarrinha-da-folha exige controle contínuo por provocar secamento e queda de produtividade. A broca-da-cana completa o trio, afetando colmos e favorecendo a entrada de patógenos.

O avanço da cana ocorre em paralelo ao aumento do uso de biológicos em milho segunda safra, onde nematoides, cigarrinhas e lagartas dominam a demanda, e em soja, que lidera o mercado com 47,9% de participação impulsionada pelo combate a nematoides, lagarta-do-cartucho e mosca-branca. Somados, esses quatro grupos de pragas respondem por 75% dos investimentos realizados em bioproteção no país.

Com pressão crescente sobre custos, exigências ambientais e necessidade de estabilidade produtiva, o setor consolida o uso de biológicos como eixo estratégico de manejo. A cana, tradicionalmente dependente de controle químico, se aproxima de milho e soja em ritmo de adoção, reforçando sua relevância no redesenho do mercado. (Andréia Vital)