A EcoRodovias, operadora com a maior extensão de malha rodoviária concedida do país, iniciou, juntamente com a Volkswagen Caminhões e Ônibus, um projeto-piloto para avaliar o rendimento e a confiabilidade do B100, biodiesel 100% renovável na frota pesada de atendimento rodoviário. O lançamento do projeto se deu nesta quarta-feira (24) em Araraquara.
O estudo será conduzido ao longo de 12 meses em três caminhões guincho e um caminhão pipa, na concessionária Ecovias Noroeste Paulista, no interior de São Paulo.
O objetivo é compreender a eficiência desse tipo de combustível aplicado à realidade de operação rodoviária, avaliando desempenho, consumo, impacto no ciclo de manutenção dos veículos (como desgaste do motor e substituição de peças) e confiabilidade em situações reais de trabalho.
O B100 é uma alternativa mais sustentável ao diesel fóssil tradicional. Produzido 100% a partir de soja, pode reduzir em até 90% as emissões de CO2, na comparação com o produto convencional, de acordo com estudos da Agência Nacional do Petróleo (ANP), da Abiove e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
A iniciativa está alinhada às metas de emissões de gases de efeito estufa da EcoRodovias, que incluem reduções de 25% até 2026 e de 42% até 2030 nas emissões de Escopo 1 (emissões diretas das operações da empresa) e Escopo 2 (emissões indiretas provenientes da energia adquirida pela companhia).
“Uma parte relevante das nossas emissões de Escopo 1 vem da frota movida a diesel, composta por guinchos, ambulâncias e caminhões de apoio. Temos avaliado ao longo dos anos diferentes combustíveis e tecnologias e entendemos que o biodiesel B100 tem potencial de oferecer ganhos ambientais expressivos, com custos de adaptação relativamente baixos”, explica Monica Jaén, diretora de Sustentabilidade do Grupo EcoRodovias.
PROJETO PIONEIRO
No Brasil, já existem experiências com B100 em frotas pesadas. Essa é a primeira vez que o teste é feito por uma empresa não produtora de biodiesel. Também é inédito o uso em veículos de operação rodoviária, que têm características e perfis de uso diferentes dos que são vistos atualmente. Além disso, a utilização de biodiesel 100% de soja representa uma iniciativa inédita em São Paulo, onde, embora o biodiesel já seja usualmente empregado em misturas do diesel comercial, ainda não havia sido testado de forma integral (100%) como combustível.
“Na nossa trajetória como empresa de soluções em transporte sustentável, seguimos firmes no compromisso com a sustentabilidade e a inovação. Por isso, a realização de testes com biodiesel 100% puro, em parceria com a EcoRodovias, visa validar o uso desse combustível como uma rota de descarbonização, aprimorando o desempenho, a eficiência e a confiabilidade operacional de nossos veículos Delivery, Meteor e Constellation. Dessa forma, contribuímos para o avanço do setor rodoviário em direção a práticas mais sustentáveis e alinhadas com metas climáticas”, afirma Rodrigo Chaves, vice-presidente de Engenharia da Volkswagen Caminhões e Ônibus.
FUNCIONAMENTO DO TESTE
O abastecimento à frota da Ecovias Noroeste Paulista será realizado por um caminhão comboio da Petroservice, subcontratada da F8 Fuel, a partir de um tanque instalado na base de Serviços de Atendimento ao Usuário (SAU 2), em Araraquara (SP). O combustível é fornecido pela Brejeiro, tradicional produtora de biodiesel de soja.
Os veículos que compõem a frota de teste são: dois guinchos leves, um guincho pesado e um caminhão pipa. Não há necessidade de substituição de motor, apenas ajustes específicos e acompanhamento técnico contínuo da Volkswagen Caminhões e Ônibus, que também validará os modelos e apoiará a análise de desempenho.
“Estamos atentos ao estudo de diversas soluções que nos permitam reduzir emissões, garantindo a eficiência da nossa operação. O uso do B100 em nossa frota é uma das possibilidades em análise dentro do conjunto de alternativas de descarbonização. Caso os resultados se mostrem positivos, viáveis e mais aderentes em relação a outros caminhos, poderemos expandir a iniciativa para a concessionária e, posteriormente, estudar para as demais unidades do grupo”, afirmou Alexander Kuhlmann, diretor de Suprimentos do Grupo EcoRodovias.