O consumo de combustíveis do ciclo Otto somou 30,80 bilhões de litros, de janeiro a agosto de 2020, uma retração de 12,3% em relação ao total registrado em igual período de 2019, segundo Dados publicados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A participação do etanol no volume total consumido pela frota de veículos leves atingiu 47,0%, o segundo maior índice observado em toda a série histórica nesse período.
Nos estados de Mato Grosso, Goiás e São Paulo, o renovável indica resultados ainda mais expressivos, representando cerca de dois terços do consumo de combustíveis, 67,9%, 62,2% e 63,6%, respectivamente. Em Minas Gerais e Paraná, o etanol atende 53,8% e 47,2% da demanda do ciclo Otto respectivamente.
Em agosto, o consumo de etanol hidratado apresentou crescimento pelo quarto mês consecutivo no Brasil. O total vendido totalizou 1,56 bilhão de litros, denotando uma sensível recuperação nas vendas de biocombustível, que aumentaram 29,50% sobre o volume comercializado em abril, mês em que houve forte retração devido às medidas de isolamento social.
“Apesar das quedas contabilizadas por conta da pandemia, o consumo de combustíveis vem se reestabelecendo e a elevada competitividade do etanol nos principais centros consumidores frente seu concorrente fóssil tem impulsionado as vendas. Tanto é que em agosto o etanol foi o único combustível que cresceu em relação ao mês de julho”, avalia Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA).
“O renovável, além de ser uma opção financeiramente mais viável ao consumidor, traz inúmeros benefícios ambientais para a toda a sociedade em função da menor emissão de poluentes”, complementa.
No acumulado de janeiro a agosto de 2020, a maioria das unidades da federação apresentou queda no volume demandado de etanol. A retração média ficou em 15,8%, variando de 9,7% no Mato Grosso a 24,9% no Paraná.
Três estados fogem à regra, registrando incremento nas vendas de etanol. São eles Bahia, Mato Grosso do Sul e Tocantins, que apresentaram crescimento de 21,2%, 9,2% e 11,7% no consumo de hidratado, respectivamente.