Em resposta especialmente ao bom ritmo de consumo de etanol hidratado, a geração de Créditos de Descarbonização (CBios) continua em crescimento, com 7,29 milhões de créditos nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, 10,4% a mais do que no mesmo período de 2024. Somada ao excedente de créditos gerados em 2024, a oferta total de CBios já atingiu 23,7 milhões no final de fevereiro ou 46,4% da meta total do RenovaBio para 2025.
O quadro de uma oferta confortável de créditos de descarbonização deverá prevalecer ao longo do ano de 2025, apesar da recente decisão do governo de congelar a mistura de biodiesel no diesel em 14%, em contraponto ao cronograma inicial de elevar o teor de mistura em 1 ponto percentual a partir deste mês de março para 15%.
Tomando como base a projeção de crescimento de 2,2% da demanda de combustíveis do ciclo Otto, e de 2,8% no diesel, a DATAGRO prevê que a geração de CBios alcançará 42,46 milhões em 2025, totalizando uma oferta total de 59,01 milhões de créditos ao considerar o estoque inicial de 16,55 milhões de CBios; ou seja, 8,16 milhões de créditos acima da meta geral de 2025, de 50,85 milhões de CBios (soma da meta base de 40,39 milhões de CBios com a quantidade não aposentada em 2024, de 10,46 milhões de CBios).

Esta projeção também considera o quadro de manutenção da mistura de 27% de etanol anidro na gasolina ao longo do ano. Contudo, caso o governo aprove o aumento da mistura para 30% a partir de junho, o superávit de CBios poderá atingir 9,04 milhões de créditos em 2025.
Não é à toa que os preços dos CBios seguem pressionados neste início do ano. Hoje o CBio é negociado em média a R$ 72,04/tCO2e, valor 27,2% abaixo do praticado há um ano.