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Preço do tomate dispara e pressiona orçamento familiar

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Tomate 36O tomate foi para mesa com a maior variação mensal: 39,11%

De acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA), instituição de pesquisa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, no mês de outubro de 2018, o levantamento mensal de preços de alimentos no mercado varejista da capital paulista apontou acréscimo de 1,02% no dispêndio familiar, quando comparado ao mês anterior. Esse resultado foi motivado, principalmente, pelo subgrupo de produtos hortícolas, sendo que o tomate para mesa foi o produto de maior variação mensal, com 39,11%.

Acompanhando o comportamento dos preços do tomate observa-se uma trajetória ascendente. Em setembro, o preço médio do quilo do produto era de R$ 4,00, no dia 11 de outubro, o levantamento já indicava um aumento de 14%, passando para R$ 4,56, episódios que se sucederam nas marcações dos dias 18 e 25, e no final do mês, quando o preço médio atingiu R$ 5,56. Outro levantamento do Instituto, que acompanha os preços pagos ao produtor, mostrou que, no início do mês (2/10), a caixa de 22 kg estava sendo comercializada pelo valor médio estadual de R$ 51,29; no dia 31/10, o produto já apresentava aumento de 52,39%, com a caixa vendida a R$ 78,16. “Essa variação dos preços médios do tomate, tanto ao produtor quanto no varejo, é justificada pelo final da colheita no Estado de São Paulo e pelo excesso de chuvas durante o mês”, explica Vagner Azarias Martins, pesquisador do IEA.

No período analisado, observamos que o agrupamento animal apresentou variação de -0,30%, sendo que todos os seus subgrupos apresentaram queda de dispêndio: carnes (-0,16%), leites e derivados (-0,26%) e ovos (-3,35%). “Em geral, os cortes bovinos tiveram redução de preços no período; em contrapartida, os produtos derivados, como por exemplo, o bacon, variaram positivamente. Em relação aos lácteos, destaca-se a continuidade de queda dos preços do leite longa vida desde agosto. Entretanto, quando comparado a outubro de 2017, o preço médio corrente atual está 21,55% mais alto”, observa Martins.

Os produtos vegetais, ao contrário do grupo animal, tiveram alta de dispêndio. Com isso, em outubro, as famílias paulistanas tiveram que desembolsar 2,37% a mais de recursos para adquirir a mesma quantidade de itens. Os produtos in natura (frutas e hortaliças) tiveram, na média, os maiores reajustes: 2,28% e 9,12%, respectivamente. Destaque para o aumento do limão em 38,12%, e a redução de preços da manga em 14,69%. A sazonalidade na oferta desses produtos justifica o aumento e a queda dos preços. Em relação aos produtos básicos, destaca-se o aumento da farinha de trigo em 3,38%; esse valor pressiona os produtos derivados, como os biscoitos, o macarrão e o pão.

Em suma, os preços ao varejo continuam em processo de alta desde agosto e, se essa tendência permanecer nos dois últimos meses do ano, a variação acumulada em 2018 pode ser semelhante à expectativa de inflação (IPCA), que, segundo o boletim Focus do Banco Central, é de 4,40%, conclui o pesquisador.