As chuvas registradas no início do ano trouxeram impactos negativos para as compras na feira em janeiro, ao elevar os preços das hortaliças nas principais nas Centrais de Abastecimento (Ceasas) do país. É o que mostra o 2º Boletim Prohort deste ano, divulgado nesta terça-feira (18) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O tomate, por exemplo, chegou a registrar alta de 95% em Vitória e de 87,39% em Recife. A oferta do produto diminuiu de forma acentuada nos mercados no primeiro mês do ano, o que influenciou na alta dos preços.
A análise foi realizada para as hortaliças com maior representatividade na comercialização efetuada nas centrais e que registraram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial, o IPCA, como alface, batata, cebola, cenoura e tomate. Em janeiro, o comportamento foi de alta nos preços da batata, cenoura e do tomate. Este movimento se deu em todos os mercados analisados. Já a alface e a cebola apresentaram queda de preços, com exceções de poucos mercados, onde foram registrados aumentos.
A batata chegou a custar R$ 2,58 o quilo no atacado da capital de Pernambuco, uma elevação de cerca de 38%. A oferta do tubérculo também está reduzida, uma vez que as chuvas aumentam a incidência de doenças, diminuem o ritmo de colheita e ainda prejudicam o escoamento da produção. Com isso, a tendência para o mês de fevereiro é que os valores continuem em patamares elevados. Só na primeira quinzena deste mês, a Ceasa de Fortaleza registra preços 30% mais elevados. Comportamento seguido em Brasília, com alta de 27%, e em Belo Horizonte, com 15% de elevação.
Já a cebola segue na direção contrária. Com um comportamento atípico para o período, o bulbo foi comercializado com valores estáveis, ou até mesmo mais baratos em alguns atacados. Um dos motivos para a queda nos valores é a boa produção registrada em Pernambuco, que contribuiu para um aumento de 30% da oferta no mercado.
A base de dados Conab/Prohort, considerada a maior e de maior alcance do país, recebe informações de 117 variedades de frutas e 123 diferentes hortaliças, de todas as diferentes regiões do Brasil.
FRUTAS
Para aliviar o bolso, a melancia ficou mais barata na maioria dos mercados atacadistas analisados. A baixa procura pelo produto devido ao tempo ameno e chuvoso e a menor qualidade da fruta favoreceram a queda dos preços.
O mamão apresentou comportamento similar. A redução nos valores comercializados é reflexo da demanda mais fraca e pelas más condições climáticas tanto no cultivo quanto na colheita da fruta. Para fevereiro, os preços devem se manter estáveis, uma vez que a oferta se apresenta de forma ajustada, mesmo com o registro de uma leve aquecida na demanda.