O presidente da Canasol (Associação dos Fornecedores de Cana de Araraquara), Luís Henrique Scabello de Oliveira, participou nesta quarta-feira (24) de forma online, da reunião da Comissão Nacional de Cana-de-Açúcar em Maceió (AL), realizada na sede da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas (Faeal), para discutir o Renovabio, mercado internacional e melhoramento da cana.
Segundo o dirigente que é uma das lideranças brasileiras do setor o primeiro item da pauta foi a Lei 15.082/24, que trata de aspectos da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), para garantir que os produtores de cana recebam os valores de venda dos Créditos de Descarbonização (CBios).

Na oportunidade, disse Luís Henrique, o diretor do Departamento de Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Marlon Arraes, falou sobre as medidas para evitar o descumprimento do RenovaBio, explicando que o momento atual é crucial para o programa, porque as definições sobre a política estão em discussão.
Arraes falou ainda sobre a consulta pública que está aberta para discutir a Análise de Impacto Regulatório (AIR) sobre as metas do Renovabio para o decênio 2026-2035.
Segundo Arraes, o ponto principal da consulta é a meta global de 48,09 milhões de CBios para 2026. A consulta fica aberta para manifestações até 26 de outubro, no site do MME. “Contamos com o apoio da CNA para divulgarmos a importância dos biocombustíveis e do programa para o agro brasileiro”, completou.
Isadora Souza, assessora técnica da Diretoria de Relações Internacionais da CNA, teceu comentários sobre a investigação dos EUA referentes às práticas comerciais brasileiras.
Ela citou alguns temas respondidos pela CNA durante audiência pública em Washington, EUA, no dia 3 de setembro, como desmatamento ilegal, acesso a mercado de etanol, tarifas injustas e preferenciais.
“O Brasil não adota práticas discriminatórias contra produtores dos EUA, além de ter uma política tarifária legal, transparente e não protecionista. E a CNA defende a cooperação bilateral em bioenergia e transição energética”, destacou.
A comissão também discutiu o melhoramento genético de cana-de-açúcar com o pesquisador da Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa), Geraldo Veríssimo.
Segundo ele, a cultivar de cana-de-açúcar ideal deve ter alto rendimento agrícola, alto teor de sacarose, ser tolerante a doenças e à seca, ter boa colheitabilidade, responder bem à irrigação e ser relutante ao florescimento.
Para o presidente da Canasol, Luís Henrique – que ocupa cadeira diretiva na FEPLANA (Federação Nacional dos Plantadores de Cana) há uma necessidade muito grande deste acompanhamento e participação da categoria na discussão da política canavieira. “Hoje a Canasol está envolvida e é voz ativa pela sua representatividade na Confederação Nacional da Agricultura. É importante que os plantadores e fornecedores de cana na região central do Estado conheçam as medidas que vêm sendo adotadas no setor, que indiscutivelmente, é um dos motores da nossa economia”, concluiu.