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A cobiça política efetivamente tem causado danos à cidade

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Araraquara possui 31 partidos políticos, muitos deles pequenos e encabrestados pelos líderes das grandes siglas; uns funcionam com Comissões Provisórias dispensando número de filiados, quando na verdade deveriam ser Diretórios Municipais. Sem ideologia, alguns são manipulados e atraídos para um balcão de negócios que visa transformar o candidato a vereador num cabo eleitoral que favoreça o majoritário, onde o candidato que obtiver a maioria absoluta de votos é eleito. No município, há partidos com 1, 4, 5, até mesmo 8 filiados, juntando-se aos grandes.

Não há o que se reclamar do prefeito eleito, se a maioria assim o desejou; no caso de Edinho Silva, foi um índice de 41,71% nas eleições de 2016 e logo há que se respeitar o montante de votos – 41.220 votos, contra 28.595 (28,93%) de Edna Martins, do PSDB, segunda colocada. Uma vitória aparentemente tranquila de quem se dispôs a trabalhar o eleitorado de periferia.

Questionar sua vitória como tem ocorrido nestes últimos três anos e atribuir essa responsabilidade ao povo que o elegeu, parece não ser o caminho correto, já que a ganância de cada um dos outros cinco candidatos quer nos parecer ter uma responsabilidade muito maior que o interesse da população suburbana.

Naquela oportunidade, dois motivos impediriam a vitoriosa eleição do petista: sua prisão na Operação Lava Jato por questões perfeitamente conhecidas do povo brasileiro ou a formação de um bloco com todos os partidos, por entender que Edinho não atingiria 35% dos votos válidos. Dois erros grotescos: não foi preso e sua marca bateu em quase 42%. Nenhum dos partidos pode contestar os números e muito menos negar que na noite de 21 de agosto de 2016, uma reunião aconteceu para consolidação de um acordo que ficou travado na tal vaidade.

Assim, Edna Martins (28,93%), Aluisio Boi (12,56%), Nino Mengatti (8,53%), Célio Peliciari (5,58%) e João Farias (2,68%) se tivessem estabelecido uma concordância, teriam alcançado 58,28% contra os 41,71% de Edinho, que não teria sido eleito e nem estaria sendo vítima do descaso, onde uma classe subestima a outra pela ignorância daqueles que se alcunham – líderes partidários.

De três anos para cá a população acredita, pelas suas manifestações nas redes sociais, que a desgraça que tem caído sobre a cidade não é mais do que o produto da cobiça política que efetivamente tem causado danos à alma das pessoas de bem. Ainda assim, não podemos contestar o resultado eleitoral, mas avaliar uma administração que tenta se manter pelo assistencialismo, já que politicamente não se sustentará pelos atos insanos dos governantes que o país suportou por 16 anos e as adversidades partidárias que agora enfrenta.

Ao ver que um partido vai lançar fulano e outro apresenta ciclano, totalizando cinco ou seis candidatos a prefeito em 2020 – com 31 siglas partidárias na cidade, isso não apenas repetirá o que já aconteceu, mas deixa transparecer a admissão da ganância, da vaidade e da ignorância, que em certos momentos caminham juntas com sintomas de um parentesco inábil e quem sabe proposital. Se Edinho já tem hoje 30%, é burrice admitir que o segundo mais votado com 29,99% seja o vencedor. Não é possível que tramas assim ainda sejam praticados em uma população incrédula.