Assim, há legais e ilegais no lugar. Legais, são os que estudam, cumprem normas; ilegais, são alunos repetentes, problemáticos, faltosos às aulas, não cumprem com seus deveres e desrespeitam regras atribuídas pela Unesp. Ilegais, também porque não passaram pelos critérios de seleção para residirem no lugar e consequentemente os bons convivem com aqueles que têm comportamento inadequado.
Se é este o ambiente supostamente equivocado, é extremamente importante e necessário que a direção da Unesp se mantenha atenta ao cumprimento da ordem, pois se há algo errado, logo a correção terá que acontecer, pois está em jogo o nome da universidade, que dentro da nossa ótica – sendo uma escola, deve em todos os momentos zelar pelo interesse dos que querem estudar, ainda que sendo estes, alunos sem condições financeiras.
Ora, nem a vizinhança existente em um bairro de nível médio/alto e nem os alunos realmente pré-selecionados e com direito absoluto de residirem na casa e no bairro, são obrigados a terem uma convivência que não seja saudável. Com todo respeito é preciso que exista bom senso, pois vejam a declaração da nossa secretária municipal de Saúde, Eliana Honain à imprensa.
“A secretária municipal de saúde, Eliana Honain, afirma que os últimos dois casos foram confirmados no domingo (14) e que a Vigilância de Araraquara está fazendo a sua parte, através do acompanhamento dos estudantes. Entretanto, o trabalho na moradia é mais difícil, já que possui as suas próprias regras. É muito difícil a situação mas estamos acompanhando, eles tem uma gestão própria e não aceitam a vigilância. Estamos fazendo uma intermediação, atuando em conjunto. Onde eram pra morar 2, moram em 5, estão tudo irregular. Estamos fazendo o controle e a Unesp ficou de testar todos eles”, enfatiza Honain.
Está correta a secretária em mostrar este cenário, pois se o município tem essa convicção e se esse condomínio de estudantes da Unesp não aceita a vigilância pois neste caso aqui trata-se de uma questão de Saúde Pública, não faz sentido a Guarda Municipal retirar uma mulher que estava sozinha no banco da praça e permitir que um quarto para dois estudantes seja ocupado por cinco. Vem a pergunta: a lei serve só para a mulher que foi retirada a força da praça, mas não serve para cinco que moram num único quarto, levando riscos eminentes de contaminação à toda população.
Lamentamos que, além de ser um peso e duas medidas, a Unesp fecha os olhos para um problema que é mais sério do que a comunidade pode ou possa imaginar.
*Ivan Roberto Peroni, jornalista e membro da ABI, Associação Brasileira de Imprensa
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