Não se pode governar contra as forças vivas da nacionalidade, que são os mais cultos, empreendedores, educados, responsáveis e atores políticos. Tem de entender que por culpa das elites que, em vez de preservarem a democracia e o regime de liberdade econômica, permitiram o avanço de teses inconsequentes em segmentos relevantes da sociedade. Sempre houve uma influência marxista nos meios de comunicação, aqui e no resto do mundo, mas com um mínimo de contraditório, como ocorre em outras nações. Aqui, deixou-se levar a uma quase hegemonia a partir da intolerância do Presidente.
As crises social e econômica avançam, pelo desestímulo ao investimento e à poupança, agravado pelo ambiente político tenso. Entre os que podem, é visível a fuga de capitais e até mesmo de domicílio fiscal, segundo dados oficiais.
Carecemos de capital e de poupança interna. Mas, até aqui, nada é feito para estimular a geração de empregos pelo investimento produtivo. Nossa economia tem mostrado vitalidade, mas ainda observa bem antes de expandir sua capacidade e investir em novas tecnologias para gerar competitividade internacional. A desconfiança é uma realidade, com reflexos nos mercados.
Temos de promover uma união pelo progresso, pela modernidade e respeitar a maioria que, em 2018, votou pelo liberalismo, pela segurança pública, pelo fim da impunidade. E o Presidente colaborar.
O presidente, bem-intencionado, por pura insegurança, não se aproxima de pessoas de um nível intelectual e social superior ao seu, quando só sairia ganhando ouvindo quem tem algo a oferecer. Como o conselheiro que o orientou na referida entrevista, e na elogiável disposição de recuar nos insultos e falta de respeito a altos magistrados. E quanto aos comentários desnecessários, como os que continua fazendo sem necessidade, é de se lamentar pela recorrência.
Ele é o presidente e deve agir e se comportar como tal. O Brasil tem pressa de progredir com segurança e ele deveria ter pressa em reconquistar o que perdeu por não saber se calar. Não percebeu que a cada dia se distancia mais do sonho da reeleição. Gerando o fantasma de um retrocesso que a volta do passado pode representar.
Para agradar suas bases, bastaria que mostrasse autoridade e mandasse o Colégio Pedro II devolver ao prédio de sua Reitoria, no Rio, o nome do ilustre ex-aluno Almirante Augusto Rademaker, que foi ministro da Marinha e vice-presidente da República, arrancado no governo Dilma. Pedir a sua bancada a votação da segunda instancia e ao Judiciário celeridade nos processos da lava Jato em geral. São recados mais elegantes.
Apoiar ou estimular a verborragia inconsequente não deveria ser postura de aliados. Mas, tem sido, nem que seja pela omissão de seus mais próximos como o Ministro Paulo Guedes.
*Aristóteles Drummond, é jornalista, escreve para o Diário do Comércio de São Paulo
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