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Araraquara com 18 vereadores e só dois aparecem na audiência pública

Por Ivan Roberto Peroni

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Em Araraquara, 18 vereradores estavam convocados para uma audiência pública nesta quarta-feira em que seria analisada e discutida a Lei de Diretrizes Orçamentárias, a LDO, votada anualmente e que estabelece quais serão as metas e as prioridades do município para o ano seguinte. O encontro desta quarta foi então presidido pelo vereador Hugo Adorno (Republicanos), presidente da Comissão Permanente de Justiça, Legislação e Redação da Casa de Leis.

Pelo menos quatro pastas apresentaram o que pretendem realizar e os investimentos estimados para cada uma delas. No caso, Comunicação, Desenvolvimento Urbano, Desenvolvimento Urbano e Desenvolvimento Econômico, que somados somam cerca de R$ 54 milhões. Importante? Sim, muito importante.

Mas, não é sobre isso que pretendemos falar.

Como a audiência pública tem que ser presidida por um vereador, no caso o Hugo Adorno, só ele compareceu, ao lado de um outro vereador Lucas Grecco. Os outros 16 não deram as caras, pois talvez tenham entendido que o assunto não fosse assim de tamanha importância: por que discutir o que a cidade precisa, o que a prefeitura vai gastar: comunicação R$ 3 milhões, Desenvolvimento Urbano R$ 38 milhões, Desenvolvimento Econômico, R$ 8 milhões e o Esporte e o Lazer R$ 15 milhões?

É evidente que cada vereador talvez tenha encontrado motivos para não comparecer, ou então imaginado que aquilo tudo seria uma chatice, encomenda pronta para entrega. Porém, dois aspectos nos levam a compreender que – se tratou de uma falta de respeito e consideração. Respeito aos que apresentavam a LDO e consideração com os eleitores que votaram. Se nos aprofundarmos vamos ver que também faltou respeito para com a população que leva em conta que o parlamentar é pago com dinheiro que sai do bolso do contribuinte.

Não acredito que os faltosos (no meu tempo de estudante fugir da aula seria fazer gazeta ou então bater faião) estariam todos adoentados no mesmo dia, com dor de barriga na mesma hora ou compromissos agendados, sendo que estes  compromissos seriam mais importantes que acompanhar uma audiência pública envolvendo diretamente o futuro da nossa cidade.

O comerciante sabe que tem que abrir a loja, o dentista sabe que tem que tratar da boca do paciente na hora marcada e assim por diante. Tanto o comerciante, quanto o dentista sabem que – não indo ao trabalho logo não vão ganhar, não vão receber. Mas, o político, sabe que indo ou não a audiência pública o salário vai estar garantido no final do mês.

E assim caminha a humanidade.

*Ivan Roberto Peroni, jornalista e membro  da ABI, Associação Brasileira de Imprensa

**As opiniões expressas em artigos são de exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem, necessariamente, com as do RCIARARAQUARA.COM.BR