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Ciências do Social: Araraquara para o Mundo

Por José Pedro Renzi

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Apresentar as “ciências do social” no Brasil, ao que parece, é uma tarefa quase impossível ou deliberadamente importante nestes tempos bicudos e violentos.

Caos esteja certo, as ciências sociais vieram para o BRASIL, em ritmo dos estrangeiros que estariam na quase fundação da Universidade de São Paulo em 1934, a conhecida universidade da “comunhão paulista”.

Foram os franceses entre eles o Sociólogo Roger Bastide e o Antropólogo Paul Arbusse Bastide, que iniciariam as principais pesquisas, juntamente com o Scholar Fernando de Azevedo e seu “discípulo”: Antonio Candido de Melo e Souza e Florestan Fernandes, baluarte da Sociologia no Brasil.

É também dos anos de 1940 e 50 que as primeiras pesquisas empíricas e sociológicas seriam feitas, entre elas a famosa Pesquisa, encomendada pela UNESCO da organização das Nações Unidas, sobre a “cordialidade” brasileira, ou melhor, o Racismo entre negros, brancos, ou seja, sobre a formação social, racista e sexista presente entre os brasileiros e brasileiras.

Tempos de mudança, onde boa parte das Ciências do Social, entre elas a Sociologia, Antropologia e fundamentos da Teoria ou Ciência Política, iriam desbravar nossa formação social e histórica ou cultural entre índios, negros, estrangeiros, bem como o longo processo desde 1888 da “modernização capitalista” ou conservadora que transformou a sociedade brasileira numa sociedade industrial, moderna e atualmente “pós- moderna” com o uso de um instrumental das novas Tecnologias da informação e da comunicação social.

A profissão de Sociólogo viria em 1983 e 84 com o governo do general Figueiredo em sua regulamentação.

A reativação e luta da Sociedade Brasileira de Sociologia, também é recente entre as obrigatoriedades das disciplinas de Sociologia e Filosofia no ensino médio de todo o Brasil.

É deste momento histórico, que as ciências do social, em abordagens quantitativas e qualitativas, poderiam entender pesquisar e levantar dados sobre nossa realidade social, econômica, educacional, cultural, esporte, das famílias e distribuição da Renda, emprego e trabalho assalariado na vida brasileira.

Tempos onde vários setores entre conservadores, e ultraconservadores gostariam de anular a capacidade crítica e Intelectual das ciências sociais no Brasil e de sua longa trajetória entre Florestan, Ianni, Maria Isaura Pereira de Queiroz, Fernando Henrique Cardoso, Gabriel Cohn e tantos e tantos entre USP, UNESP, e UNICAMP, que contribuiriam com o conhecimento do nosso papel na sociedade, na família e nas instituições sociais, e nas públicas ou particulares no Brasil.

Advento de uma “nova” ciência social, onde indivíduos, pessoas, juventude, arte, cultura e demais preocupações contra a violência e o racismo poderiam ser temas ou objetivos do conhecimento sociológico, base para entendermos as sociedades modernas e contemporâneas e do “modo de produção” capitalista no tempo sócia, presente entre nós brasileiros e na cultura mundial.

Depois de escrito: o curso de Ciências Sociais em Araraquara, pertenceu à antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, a partir de 1959 e implementada em 1961. Atualmente e na Faculdade de Ciências e Letras, da UNESP, campus de Araraquara, que o curso de ciências do social, continua a sua luta pela sobrevivência do conhecimento da Sociologia, Antropologia e teoria ou Ciência Política.

José Pedro Renzi é professor, sociólogo e poeta

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