Todos se uniam para torcer para seleção. Toda e qualquer diferença era deixada de lado. Há quem diga que o título da copa do mundo tem o poder de erguer nação, sanar crises econômicas e políticas. Essa copa, foi diferente. O adjetivo rachado, utilizado geralmente ao elenco, nunca se fez tão presente.
Rachada. A torcida está rachada.
Porém, o circo se foi, e só ficaram nós, os palhaços. Vida que segue.
Mais um ciclo de quatro anos se inicia. Quem vai e quem fica na seleção merece atenção, sim merece, mas, o que mais estava à mercê de atenção é a mentalidade.
Brasil e Argentina tinham as vitórias nas mãos no tempo normal. Sucumbiram a mentalidade latina e antiga de catimba e falta de atenção. Nós perdemos, eles seguem à semifinal. Esqueceram, ambas seleções, que a mentalidade europeia é diferente.
Esse, pode ser, um problema latino. Querer ter uma vida de padrão europeu, mantendo hábitos latinos. Tenho viva a convicção de ser impossível. Seria o mesmo que querer ter uma vida saudável, sem fazer um mínimo de esforço, sem praticar exercícios, sem um controle alimentar etc.
Se ficarmos presos a ideias que não deram resultados, sucumbiremos. Uma frase que não suporto é “No Brasil é assim mesmo”, vamos mudar então. Não só no futebol, mas onde patinamos a década e década.
Em 01.01.2023, outro ciclo de quatro anos se inicia e, o vejo de pior, vem mais rachado do que nunca.
Sem o pão de cada dia, a crise é inevitável. Sem chororô.
Só teremos circo em 2026, no México, Estados Unidos e Canadá, já o pão, esse é permanente. Aviso aos navegantes, sem pão e circo, não há império que se sustente. Não se trata de conjecturação, mas de evidência histórica, científica.
*Ubiratan Reis é advogado tributarista/econômico e escreve para a Revista Comércio, Indústria e Agronegócio (ubreis@gmail.com)
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