Não é possível aceitar a invasão e os ataques determinados por Putin à Ucrânia assassinando seres humanos trabalhadores ucranianos, boa parte idosos e crianças. Além da Rússia, temos o EUA, a OTAN e a União Europeia, potências com interesses econômicos. A guerra contra a Ucrânia não visa um mundo menos injusto ou perigoso.
Próprio do sistema capitalista esses conflitos por territórios, bens e recursos materiais tem se proliferado por todo planeta Terra. Numa atitude autoritária, própria de governantes imperialistas, o presidente Putin assinou um decreto reconhecendo as repúblicas de Donetsk e Lugansk como Estados independentes da Ucrânia.
A Rússia de Putin não é comunista, mas a exemplo da China, capitalista. Putin é amigo da ultradireita europeia, que admira seu regime ultranacionalista e autoritário. Um dos seus admiradores parece ser o presidente Bolsonaro, que o visitou e disse estar solidário com ele. Putin desrespeita a liberdade nacional dos povos submetidos ao nacionalismo russo. Faz isso usando a força militar. É importante entender este aspecto para não entrarmos nessa de “guerra fria”.
É preciso entender que as ações dos EUA, UE e da OTAN não tem como interesse a defesa da soberania da Ucrânia, o que seria desejável, mas apenas defender as suas posições, fortalecer o militarismo na Europa e no mundo, alimentando uma corrida armamentista. O presidente Bolsonaro, lamentavelmente, foi até a Rússia demonstrar a sua solidariedade ao governo do Wladimir Putin que, como ele, adora armas, guerras e não respeita as disputas pacíficas e democráticas.
A China apoia a Rússia, mas não aceita a guerra. O interesse da China, segundo alguns especialistas em política internacional, com os quais eu concordo, é capitalista e interessada em disputar com os EUA e a União Europeia os mercados de vários produtos em todo mundo.
A Rússia fornece quase todo gás consumido pela União Europeia, sendo que 30% passa por um gasoduto que atravessa a Ucrânia e vai para a Europa. Assim está evidente que o interesse econômico também está por trás desta guerra, e não as preocupações com os seres humanos, muitos trabalhadores, envolvidos nela. A luta do movimento socialista não deve ser de apoio a um Império contra outro. O alvo da nossa repugnância tem que ser o capitalismo que tira a paz mundial.
Nenhum país tem o direito de invadir o outro e desrespeitar a sua soberania. Os problemas da Ucrânia têm que ser resolvidos pelos ucranianos, principalmente pelos trabalhadores daquele país, sem interferências externa. É preciso respeitar a autodeterminação nacional dos trabalhadores em seus países. A política de Putin é a mesma de Stalin, um ditador autoritário, travestido de socialista, que governou a União Soviética nos anos de 1924 a 1953.
Na era da globalização o Brasil está fortemente envolvido nesta guerra. É um grande exportador de produtos rurais, e importador de insumos para as indústrias e produtos fabricados no exterior. O agronegócio não tem alternativa fora da Rússia para importar fertilizantes.
Se o governo Bolsonaro não desindexar dos preços dos combustíveis o dólar, e principalmente dos preços do barril de petróleo Brent, a inflação que está alta pode disparar. Quando Bolsonaro assumiu o governo, o preço do barril de petróleo era US$ 59,27. No final de fevereiro chegou a US$ 99,08, um aumento de 67,17%
O mundo inteiro perde com esta guerra irresponsável e perigosa, que pode se transformar numa guerra cibernética, que tem como objetivo destruir os sistemas relacionados à infraestrutura de eletricidade, água, comunicação, sistema financeiro, transporte e outros serviços públicos.
Fora Rússia, Estados Unidos, Otan e União Europeia da Ucrânia! Deixem os ucranianos resolver seus problemas sem interferências externas! Em defesa da paz mundial!
(*) Walter Miranda é presidente do Sindifisco-Nacional / Delegacia Sindical de Araraquara, diretor do SINSPREV-Sindicato dos Trabalhadores nos Serviços Públicos de Saúde, Previdência e Assistência Social do Estado de São Paulo, e militante da CSP Conlutas – Central Sindical e Popular.
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