O vereador Zé Luiz tripudiou sobre a legislação, pois como parlamentar, tinha ciência que seria ato criminoso apanhar por pior que fosse – uma agulha pública e desviá-la para atendimento a terceiros que promoveriam uma festa particular e precisariam de mesas e cadeiras para os convivas, dentre os quais, ele.
A partir daí é que observamos o efeito dominó que se forma para atender um pedido político que jamais poderia imaginar estar impune ao rastreamento que desmistifica fatos que contrariam nossas leis. Nesta teia de interesses e envolvimentos, mentiras e grosserias, quase invisível ao olhar plausível da população, é que se forma o maquiavelismo político pautado pela indecência.
Ora, o vereador não teria onde mandar mesas e cadeiras se não tivesse o pedido do eleitor que se vende por bananas; o vereador não teria como atender se não tivesse alguém para autorizar, no caso a Secretaria de Comunicação; essa por sua vez por mais ignorante que possa ser supostamente sabia que uma casa particular é diferente de uma associação filantrópica ou igreja.
Assim, na medida que a carruagem vai andando há de se encontrar pessoas que formam o mosaico que abastece o curral eleitoral, prática cometida não é de hoje: o político faz campanha e parte do povo paga a conta, pois a outra parte é corrompida da mesma forma que o político a compra, como no caso das mesas e cadeiras. Se não for isso, logo que se imagina é que uma simples cortesia com o chapéu do outro.
É verdade, que precisamos de consciência crítica porque sempre na hora da eleição, votamos em quem nos seduz com frases de efeito ou manipula os nossos medos; e o futuro certamente vai dizer pois certamente será uma arma ser disparada – eles vão tirar de vocês o bolsa família. Este será o uso do medo como cantiga.
No caso do vereador Zé Luís, os culpados somos nós, eleitores. Ele não chegou na Câmara por meio de golpe ou medida provisória. Ele foi eleito pelo nosso voto e, sobretudo, pela maneira com que se portou o tempo todo dentro do processo eleitoral.
É este poder que faz a cabeça dos eleitores. Em época de eleições, como diria um amigo nosso, o candidato capricha na embalagem sem revelar o conteúdo. Infla a demagogia. Promete o que não será cumprido. E até dá a muitos eleitores um “cala-boca” para, em troca de um saco de cimento ou uma promessa de emprego, obter o voto em favor do candidato.
Nós, eleitores, somos os culpados de toda a safadeza e a corrupção que assolam a política brasileira.
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