Vejam vocês que uma pizzaria foi assaltada no final da semana passada no Selmi Dei; além de valores, pouco é verdade, mas dinheiro suado de quem trabalha honestamente e que na maioria das vezes ele fará falta para pagar água, energia elétrica, só que os canalhas além de tudo, levam a privacidade de quem sente orgulho do seu pequeno espaço, o seu estabelecimento. Não bastasse levaram ainda um Fox e uma moto.
Um dia depois, quem sabe sendo os mesmos dois que assaltaram a pizzaria, acabam capotando o veículo em uma alça de acesso para a Washington Luís. Ora, o prejuízo se completa na vida do trabalhador que apenas agradece a Deus por não ter morrido nas mãos de uns vagabundos. Por outro lado, revoltado pelos estragos causados em sua vida e de seus familiares. Não bastasse, além dos prejuízos fica o trauma de ter que olhar para a porta a todo instante, imaginando a chegada de novos bandidos em sua pizzaria.
Quem seriam os assaltantes: o maior de 18 anos e o adolescente de 14 anos? Ou será que dois maiores assaltaram e no capotamento o de 14 estaria apenas acompanhando o que estava com o carro. Outra dúvida: onde guardaram o carro roubado uma noite inteira e um dia inteiro? Se foi em suas casas os pais são coniventes pois um carro não surge em nossas vidas da noite para o dia; se não foram os pais, outros lhes deram guarida e são cúmplices da mesma forma.
Não bastasse esse cenário, a prisão do jovem é incontestável, por andar num carro furtado, ter droga no veículo e estar com o adolescente no veículo capotado; e o maior só não pode ser preso pelo assalto se não houver reconhecimento pelas vítimas ou a confissão do próprio bandido. Quer dizer – são necessárias provas.
O que se torna repugnante é liberar o menor para os pais, quando ele também é no mínimo participante de um ato criminoso – carro roubado, drogas. Ou será que em sendo um santo lhe passaria batido saber que – naquele momento estaria sendo um delinqüente. O correto então seria ser abrigado em alguma instituição até o esclarecimento dos fatos.
Quando a gente fala de leis vagabundas privilegiando a bandidagem é porque nós, sociedade também somos complacentes com aquilo que as leis nos oferecem. Ficamos calados, no silêncio, pois achamos que o que aconteceu na semana passada só vai de fato acontecer com a pizzaria, jamais conosco. Prá ser sincero, somos um navio desgovernado em águas inseguras – de norte a sul.
*Ivan Roberto Peroni, jornalista e membro da ABI, Associação Brasileira de Imprensa
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