Home Artigo

Planejamento e Paciência no vocabulário do nosso futebol

Por Adilson João Tellaroli

43

Além de ser uma boa notícia, passa tranquilidade, a informação vinda da direção da Ferroviária, de que a treinadora Tatiele Silveira tem praticamente acertada a sua permanência à frente da equipe feminina. Além da continuidade do trabalho, acrescente-se que ela vestiu a camisa do clube e conhece bem as jogadoras que também irão permanecer.

A Ferroviária está fazendo de tudo para perder o mínimo possível de suas atletas, apesar do natural assédio de outras equipes. E com a integração do futebol masculino e feminino, os novos investidores irão por extensão, beneficiar também as “guerreiras grenás”. Toda estrutura que for melhorada para os homens, certamente será estendida para a equipe feminina.

Aprimorar e acreditar no trabalho a longo prazo, é uma lição que poucos dos nossos dirigentes possuem em seu currículo. Os exemplos de imediatismo no futebol brasileiro, somam-se às dezenas e os resultados quase sempre são desastrosos, não apenas dentro, mas fora de campo. Fato mais recente foi a derrota do Palmeiras para o Flamengo, onde torcedores(?) atiraram cadeiras para o gramado, uma revolta que não leva a nada, a não ser mais despesas para o clube, cujo patrimônio é dilapidado e consequentemente prejudica a própria torcida. Em casos assim, é correto mas muito fácil, criticar a paixão dos torcedores, que agem mais com o coração do que com a razão. Mas não devemos esquecer o mau exemplo que vem de cima. Boa parte dos diretores age na mesma sintonia, movidos pela paixão e na busca imediatista de resultados.

Semana passada, sinalizei aqui que as conquistas do Flamengo, colocavam pressão no futebol paulista. Agora a contribuição vem também do Santos. Elenco apenas razoável e dirigentes que não se entendem, foram enfrentados pelo técnico Sampaoli que levou o time à vice-liderança do Brasileiro. Foi o que bastou para o Palmeiras tentar investir na contratação de mais um”salvador da pátria”, como fez o São Paulo com Fernando Diniz. A presidência palmeirense esqueceu rapidamente os êrros cometidos em contratações bombásticas que não deram certo, até porque se priorizou nomes em detrimento da qualidade. Muita gente para um mesmo lugar dentro de campo. Nem Felipão, muito menos Mano Menezes, deram jeito. E quando não consertam, toma demissão! É assim que vamos vivendo e é dessa maneira que o futebol brasileiro vai naufragando ano após ano em qualidade técnica e organização. A começar da CBF, precisamos voltar aos bancos escolares para reaprender o significado do vocabulário e reintroduzir no nosso futebol, as palavras, planejamento e paciência.

* Adilson João Tellaroli – bola branca

** As opiniões expressas em artigos são de exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem,necessariamente, com as do RCIARARAQUARA.COM.BR