Desse modo, não atinei bem com a proposta do técnico Pintado em mexer na equipe como fez diante do Guarani, um jogo chave para as pretensões afeanas! O time que precisava de alguns ajustes, sofreu mais que o esperado para tentar engrenar e não conseguiu. Para complicar, sofreu a primeira derrota em casa. Quando você perde para um grande ou uma equipe de ponta do interior, é menos complicado. O Guarani é um dos times que lutam em igualdade de condições com a Ferroviária e o revés, deixa o time grená em maus lençóis, porque terá agora compromissos mais difíceis pela frente e começa a trabalhar dentro daquela necessidade de pontuar. Com duas derrotas seguidas, a equipe araraquarense empacou nos 10 pontos e começa a ver no seu calcanhar outros que estavam distantes, na busca dos mesmos objetivos.
E o torcedor pergunta o que estaria acontecendo. Além do declínio técnico, temos convicção que algo mais importante está influindo. A entrevista do técnico Pintado, dizendo que já havia cumprido sua missão, que a Ferroviária praticamente não corre mais risco de cair, foi um balde de água fria em muitos torcedores e pior, atingiu boa parte do elenco, basta ver dentro de campo. Não vou exagerar e dizer que o treinador perdeu a voz de comando, mas certamente ficou menos confiável. E isso se refletiu sim, no comportamento do time. Talvez o próprio Pintado tenha chegado à conclusão que exagerou na dose e ao tentar consertar, errou de novo, ao sacar do time alguns jogadores imprescindíveis numa equipe que ainda tem problemas técnicos. Difícil é entender como um profissional experiente, foi cair nessa, demonstrando incrível falta de prudência!
Claro que o interesse do Goiás ou de qualquer outra equipe pelo seu concurso, faz parte da rotina futebolística, porém teria sido melhor e mais razoável, se o treinador tivesse agradecido o interesse e deixado uma conversa mais objetiva para depois. Ele alega que não conversou oficialmente com ninguém, que seu compromisso ainda é com a Ferroviária, mas inegavelmente “avançou o sinal”, principalmente ao dizer em entrevista, que sua missão estaria cumprida e demonstrando entusiasmo acima da média com os goianos. E eu pergunto: qual missão está cumprida? Nem classificou a equipe e nem escapou ainda do rebaixamento. Estamos no meio do caminho e a Ferroviária precisa reagir de imediato. Conseguirá o técnico fazer isso? Ou estaria na hora de “pegar o boné”? Sem querer ser pessimista, a reação não pode demorar e os próximos jogos irão nos apontar o caminho
*Adilson João Tellaroli – conhecido como “bola branca”, é jornalista esportivo e faz parte do Portal RCIA
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