Não digo em ser campeã de tudo (se for, que bom, né?!), mas com as disputas de Brasileiro, Paulista e Libertadores, ganha um poderio com um elenco mais competitivo e rotativo, com peças que conseguem se encaixar do jogo apoiado [de triangulações] proposto pela treinadora Roberta Batista.
Na temporada passada (excluindo a Libertadores de 2020, que foi realizada em 2021), o time sofreu com baixas importantes devido a lesões, principalmente LCA (ligamento cruzado anterior), como a das volantes Nicoly e Amanda Brunner, além da atacante Lurdinha. Foi tudo “no limite”, tanto para então treinadora Lindsay Camila, quanto para Robertinha. Mesmo assim, finalizou a temporada figurando entre as quatro melhores equipes do futebol brasileiro e continental.
Assim como todo final de temporada, cria-se a expectativa por reformulações, quem sai e pode ser contratada para o próximo ano. Talvez, esse tenha sido o grande desafio da coordenadora de futebol feminino, Nuéli Silveira, a Nuty, dentro das Guerreiras Grenás.
Com a concorrência entre os clubes ainda mais fortes e alguns deles com aporte financeiro elevado para a modalidade, a Ferroviária, mais uma vez, apostou no que sempre fez nos últimos anos, no projeto: calendário cheio, estrutura, condição de trabalho e contrato a longo prazo para as jogadoras, são dos muitos trunfos que tem, mesmo com orçamento abaixo dos considerados “times de camisa” do futebol brasileiro.
A movimentação foi sorrateira e não causou nenhum alarde. Ela começou no ano passado, já no segundo semestre, ainda com o andamento do Paulista e tendo a Libertadores pela frente, quando definiu a permanência de atletas do time titular para este ano.
O elenco, ao todo, teve nove saídas confirmadas, entre elas as atacantes Patrícia Sochor e Raquel. Porém, com trabalho feito por Nuty e comissão técnica, conseguiu repor com outras nove contratações.
Pela forma como joga, atendeu aos pedidos de Robertinha e foi certeira nas escolhas, com destaques para a volante Ingryd (ex-Corinthians), a meia colombiana Fany Gauto (ex-Santa Fe-COL) e a atacante venezuelana Joemar Guarecuco (ex-América de Cali-COL). A zagueira Camila (ex-Avaí/Kindermann) e atacante Eudimilla (ex-Grêmio), também chegam com status de titulares na equipe grená.
No papel, é um time que pode brigar por títulos, aumenta a curiosidade da torcida e de quem acompanha o futebol feminino.
Agora, resta saber o quanto pode render dentro das quatro linhas diante de um Corinthians, por exemplo, que tem um trabalho a longo prazo com Arthur Elias e vem com as principais conquistas na última temporada.
*Rafael Zocco, é jornalista esportivo do RCIA Araraquara
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