Que caraca, meu! Esse tal de coronavírus tá judiando demais da humanidade. São nossos velhinhos assustados, entre eles o Tito Cassoni, o Magdalena, o Ivan Roberto, o Polezze, o Massafera, o Chico Santoro, o Bedran, acho que o Zézinho de O Imparcial e o Lineu, inclusive eu; nossos adultos não menos assustados; e os nossos jovens também um tanto assustados. E não apenas com a gravidade da doença, mas também com a Economia, que se muito afetada provocará tanto ou mais sofrimento que a doença em si.
O isolamento social forte reduz o crescimento da doença evitando, assim, sobrecarregar o sistema de saúde, uma vez que parte dos infectados (principalmente idosos) vão necessitar de internação hospitalar. É a busca do achatamento da curva da demanda por leitos hospitalares para que não supere a oferta (que em todos os países está sendo aumentada). Uma conduta perfeita, pois seria um ato de desumanidade não poder dar atendimento hospitalar aos doentes graves.
No entanto, manter a maioria das pessoas por muito tempo em suas casas provoca grandes prejuízos à Economia, mesmo que os serviços essenciais sejam mantidos. Haverá o fechamento de muitas empresas e negócios, desemprego em massa, finanças públicas arrasadas em razão da queda da arrecadação dos tributos e funcionários públicos e empresas prestadoras de serviços sem receber. E aí mais sofrimento e mortes virão, associados a muita desordem e rompimento da paz social – um verdadeiro tsunami assolando a sociedade.
O que a maioria dos países está fazendo, ou planejando fazer, é praticar um isolamento forte no início e, à medida que o crescimento da doença for sendo controlado, relaxar o afastamento social, mantendo-o apenas para as pessoas de maior risco e aqueles que estão contaminados. O sucesso dessa estratégia está em escolher o timing correto para promover o relaxamento da quarentena, de forma a que ninguém fique sem atendimento hospitalar e que a Economia não seja “destruída”.
Que Deus ilumine os nossos governantes para que adotem medidas que evitem o sofrimento do povo agora, com o refreamento da doença e das mortes, e no futuro, com a não “destruição” da Economia – afinal, trabalho tanto para o empregado como para o empregador também é vida.
E que Deus olhe por todos nós, que estamos com as nossas vidas, nossos empregos e nossos negócios ameaçados. Please, fast: um remédio e/ou uma vacina
*Coca Ferraz, é engenheiro e professor da USP (Universidade de São Paulo)
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