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As lembranças dos antigos imigrantes italianos e famílias italianas

Por José Pedro Renzi

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As recordações e lembranças que possuo da família da minha mãe Aladia Biancardi, vem de sua estadia, ou melhor, de assumir a cidade de Araraquara desde os dez anos de idade entre 1939 e o seu falecimento ocorrido em junho de 2017…Aladia Biancardi Renzi é natural de Taquaritinga em 3 de fevereiro de 1929. Tornou-se Araraquarense desde os dez anos de idade, quando sua família Biancardi, através do meu avô Ermano ,definitivamente mudaram-se para a nossa Cidade.

Anos do entre guerras como o uso do gasogênio entre 1938 e 1945.

Mas a passagem da família Biancardi se dá através das cidades que eles morariam entre uma jornada de trabalho seja com selaria, arreios para cavalos e carroças, ou ainda de sorveteiro como Ermano Biancardi, em Taquaritinga… em Fernando Prestes, Cedral…e outras cidades onde nasceram Winter, Haydée, Norma, Oliem em 1926 e Aladia, minha mãe em 1929 em Taquaritinga…

Tempos de trabalho, minha mãe sempre dizia, nasci trabalhando, e também tempos do aprendizado de sapateiro para Olien, ou para a Selaria Biancardi onde Winter também trabalhou com meu avô Ermano ou Mano Biancardi.

Tempos onde fizeram casas, moravam juntos aonde cheguei a conhecer Aníbal Biancardi e sua esposa ou nonos e nonas, velhinhos com um bom vinho e o macarrão feito com rastelo e outras tarefas da cozinha italiana, sempre com a minha avó Stela Ravagnani, nascida na Itália nos fins do século XIX…

Tempos duros, difíceis, do trabalho e da colheita do café lombares sacos de café, dizia Stela… minha avó materna.

E minha mãe e irmãs com a tia Norma, Haydée iriam para a costura, tricô e crochê sempre com esmero e sempre com arte e talento, costurando inclusive para madames ou senhoras da alta sociedade local.

Tempos onde o tempo se demonstrou fugaz… entre a vida de todos que partiram que ficariam os primos e primas na lembrança e nos encontros das Família Biancardi, com Edilson, Edélcio,Laudenice Izabel,…e tantos primos e boleiros como Pedro Biancardi Vono,filho da minha saudosa tia Norma.

Tempos de narrar entre a “grande” economia do café do século XIX substituída pela cana e laranja e depois por um processo intenso de industrialização e urbanização para chegar hoje, em uma Araraquara que se aproxima dos 240 mil habitantes.

Italianos e suas famílias que fizeram História com suas empresas comerciam e serviços como Winter, Olien, Hadyeé, Norma e minha mãe Aladia Biancardi, a “caçula” da família que nos deixou em junho do ano passado aos 88 anos de vida!

Tempos fugit! Um tempo da lembrança da Memória Italiana no Brasil. Um Brasil também dos estrangeiros e dos imigrantes italianos!

Viva a Itália! Viva o Brasile!

José Pedro Renzi, Sociólogo, Professor e Poeta