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O jogo partidário no balanço das horas

Por Suze Timpani

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Na política como no xadrez os movimentos devem ser pensados; evidente que aquele que espera demais acaba perdendo o cavalo de vista e nesta toada o cenário político de Araraquara começou a se movimentar neste final de semana .

Quando a maioria apostava que Roberto Massafera  lançaria sua candidatura pelo PSDB, apoiado por Marcelo Barbieri, eis que surge Edna Martins, apoiada por Marco Vinholi, secretário de Desenvolvimento do Estado. Há quem diga que isto é apenas cortina de fumaça, pois na realidade Edna pretende mesmo candidatar-se a deputada Estadual. É necessário ainda aguardar os próximos movimentos do partido para se ter certeza de que a candidatura é real, embora Edna tenha o apoio da sigla e do governo Estadual . Já existe também movimento do DEM se aconchegando no ninho tucano

O PSL vem chamando a atenção tanto nas redes sociais como nas ruas; o racha é claro e hoje se divide em apoiadores do ex-presidente da sigla Marcos Custódio e do atual Rodrigo Ribeiro. As mudanças vieram da executiva estadual e sobrou para várias cidades do interior paulista onde os presidentes não estavam alinhados com a ideologia do presidente Jair Bolsonaro.

Na executiva nacional uma equipe compliance vêm fazendo o que chamam de depuração. Não aceitarão filiados e nem alianças com quem tenha a ideologia da esquerda. Se levarmos ao pé da letra, um filiado que der bom dia ao amigo petista, já vai estar fora. Brincadeiras a parte, isso vem de encontro com que diz Rodrigo Ribeiro, que não tem diálogo com partidos ou candidatos que fizeram parte da esquerda, ou que não sigam as regras conservadoras. Ele afirma que não negocia seus valores, mas deixa claro a mistura do movimento a qual representa e o partido que preside. Duas coisas distintas, que carecem de maturidade para administrar.

Diante da queda de braço dos filados do PSL que não se agradam com a situação, quem sai ganhando é o Patriota. No passado já houve reuniões onde os dois partidos – PSL e Patriota – meio que acertaram uma possível junção de Lapena e Coronel Prado para concorrem juntos à Prefeitura.

Mas com a renovação do Diretório Municipal os diálogos não seguiram adiante, embora o Patriota esteja aberto a ARTICULAÇÕES e já puxou para perto de si o Podemos do senador Álvaro Dias que neste domingo (18) emitiu uma nota afirmando que terão candidatos próprios ao Executivo; só que ainda manterão em sigilo. Lapena é um nome forte que circula bem na cidade mas a intenção seria articular a formação de um bloco entre Patriota, PSL, Podemos e Novo. O Patriota que tem essa visão de união e só não conseguirá se os egos falarem mais alto.  E quando os egos inflam, todos sabemos que morrem abraçados ao nada.

Esse racha da direita também coloca na liderança a reeleição de Edinho Silva, que já conta com o apoio do PTB e do Solidariedade agora presidido por Edson Jaspion, que foi candidato a deputado Estadual pelo Patriota onde conseguiu angariar 1.910 votos. Vale ressaltar que o Solidariedade que estava nas mãos do ex-vereador Buchechinha em 2016, que vêm candidato a vereador nas próximas eleições, recebeu ordens na época da executiva nacional para apoiar qualquer partido, menos o PT. E como nuvem, já mudou de figura. Teorias de que o Comandante da Polícia Militar Coronel Adalberto, seria escolhido para sair vice de Edinho, ganham força, apesar do vereador e líder do governo na Câmara Paulo Landim, apostar que a chapa continue a mesma e que Damiano Neto permanecerá ao lado do petista.

O PDT presidido por Pedro Batistini diz que no momento está formulando um Projeto Municipal de Desenvolvimento, pois a sigla acredita que mais do que nomes ou coligações, a cidade precisa que os partidos pensem seus problemas. Embora tenham criticas ao governo Edinho, não estão fechados a qualquer diálogo seja com o PT ou outros partidos, desde que a resolução dos problemas da cidade seja pauta única. Mas não está descartada candidatura própria.

Não podemos esquecer do bloco formado entre MDB, PRB e PSD, que foram os primeiros a se movimentar e tentar uma união. Ao que consta já trabalham o nome de Coca Ferraz, que cansou de ser vice e agora tentará o protagonismo, inclusive deixando o PSD de Antonio Gabriel e filiando-se ao PRB de Marcelo Lopes, isso com aval de Marcelo Barbieri, que gostem ou não, tem uma grande força política.

Por enquanto os movimentos do tabuleiro são de peões que tentam selar o cavalo para chegar a torre, mas se não aderirem ao diálogo e ao ‘juntos somos mais fortes’ como já aconteceu em outras eleições, a teoria do acordo dos grandes nomes da cidade prevalece e a rainha faceira em forma de Edinho Silva dará o cheque mate.

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