O SIMI – Sistema de Monitoramento Inteligente ao divulgar nesta quinta-feira (4) à noite, o relatório das cidades com mais de 70 mil habitantes trouxe para Araraquara uma grande preocupação, mas também a explicação sobre o aumento de casos para Covid-19.
Araraquara, dentre 104 municípios monitorados está em último lugar ao lado de Araçatuba, Jandira e Presidente Prudente. Os especialistas explicam então que o avanço dos casos em dois dias consecutivos tem como suposta causa – a circulação das pessoas.
De fato, se de um lado a flexibilização observa com muito cuidado a economia, levando em conta a situação drástica do nosso comércio, penalizado com mais de 70 dias de portas baixadas, ao mesmo tempo coloca em risco o avanço do coronavírus e a aceleração dos casos – 60 em dois dias, quase que fugindo do controle da Saúde Pública que não esperava chegar a este patamar em apenas 48 horas.
A declaração da secretária municipal de Saúde, Eliana Honain, na terça-feira (3) de que a flexibilização poderia ser revista não foi em vão, pois sabe que – nunca houve por parte da maioria da população o cumprimento de normas. Com o desleixo no isolamento e o descrédito de que a doença poderia nos atingir com maior intensidade, o prefeito Edinho Silva passou a ser pressionado pelo governo do Estado e principalmente pelo empresariado – que sem apoio e suporte do próprio governo – vai sendo engolido pela crise, atingindo em maior escala o comércio não essencial.
De fato, disse um comerciante de pequeno porte: há recursos para sustentação da pobreza com distribuição de benefícios sem licitações públicas e dinheiro a céu aberto, mas a burocracia acaba impedindo o acesso de empreendedores que não conseguem pagar os impostos e ter sua empresa em dia para pedir empréstimos. Assim, estão devendo para o governo e não conseguem entrar num banco.
Com isso, os dois setores mais penalizados pela classe política brasileira – saúde pública e economia sofrem as consequências da má gestão governamental em meio aos constantes cenários de mazelas, corrupção e malversação do dinheiro público, por meio de superfaturamento na aquisição de produtos e serviços.
Nesta sexta-feira, cinco de junho, quando parte da população passa a entender que estamos entregando para o futuro uma geração sem valores, o que abrange cultura e educação que proporcionam princípios éticos e transparência, ela também passa a compreender porque somos descumpridores de deveres, interessados politicamente na conquista do dinheiro fácil. Somadas essas práticas – temos então, merecidamente o último lugar em isolamento social no Estado de São Paulo.
Se para cada amanhã basta o seu problema, que seja resolvido então o problema de hoje para que não tenhamos que chorar amanhã, de uma forma ou de outra.
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