Os moradores de todas as regiões de Araraquara devem ficar em alerta para o contágio do novo coronavírus, causador da pandemia da doença Covid-19. Levantamento da Prefeitura em parceria com a UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) mostra que a doença já atingiu toda a cidade.
Os bairros com maior registro de pacientes positivados para a doença são Centro 13 casos), Adalberto Roxo (13), Yolanda Ópice (11), Jardim das Estações (8), Jardim Pinheiros (8) e Vale do Sol (8), mas 88 bairros de Araraquara já tiveram pelo menos um caso confirmado.
Essas informações estão dispostas em um site interativo do projeto Urbie Maps, desenvolvido pelo Grupo de Inovação e Extensão em Engenharia Urbana (Urbie), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana da UFSCar. Mapas e infográficos levam ao internauta os dados fornecidos pela Secretaria de Saúde.
Além desse mapeamento dos casos por bairro, o site também mostra a evolução diária dos casos de coronavírus, a faixa etária dos pacientes confirmados e o número de testes feitos pelo município, entre outras informações.
A semana passada, por exemplo, foi a de maior número de testes: 354 pessoas passaram por diagnóstico, sendo que 298 deram negativo e 56 (15,8% do total) tiveram a Covid-19 confirmada. Como comparação, a primeira semana de maio teve 133 testes, com 29 confirmações.
“O número de casos está aumentando em Araraquara porque, além de o vírus estar circulando, nós ampliamos a testagem”, explica a enfermeira sanitarista Fabiana Araújo, da Vigilância em Saúde.
Até esta terça-feira (2), a faixa entre 20 e 49 anos possui o maior número de pacientes com Covid-19, com 174. Entre os idosos, que são grupo de risco para complicações da doença, foram 36 confirmações.
“A maior incidência é na população adulta, com menos casos entre os idosos. Isso pode explicar a nossa baixa letalidade”, afirma Fabiana. São cinco mortes causadas pela doença em Araraquara.
Somando todos os casos (261), o sexo feminino apresenta mais registros: 150 contra 111 do sexo masculino. Já no quesito raça/cor, os casos se dividem entre branca (76%), parda (17%), negra (5%) e amarela (2%).
O Urbie da Ufscar é coordenado pelo engenheiro civil Bruno Joaquim Lima e pela arquiteta e urbanista Luciana Márcia Gonçalves, com a engenheira ambiental e sanitarista Tatiane Ferreira Olivatto e o engenheiro geólogo João Mateus Marão Domingues também trabalhando no projeto. Pela Vigilância, a enfermeira sanitarista Fabiana Araújo e o agente social Celso Luiz Biffe atuam nessa parceria.
Todas as estatísticas podem ser consultadas no seguinte endereço: https://arcg.is/neO5H.
PRECAUÇÃO
Segundo Fabiana, a população precisa continuar atenta e tomando todas as precauções de higiene e de distanciamento social, saindo de casa somente se necessário, mesmo com a retomada dos atendimentos presenciais no comércio e em bares e restaurantes.
“O Governo do Estado autorizou a flexibilização da quarentena por causa da nossa estrutura de saúde, mas a população não deve ficar tranquila e se descuidar”, afirma. Essa estrutura engloba o Hospital da Solidariedade (20 leitos UTI e 31 de enfermaria) e o polo de triagem da UPA da Vila Xavier.
A enfermeira da Vigilância alerta que reuniões de família têm representado grande risco de transmissão da doença e continuam sendo não recomendadas. “A gente está vendo muitas confirmações nos núcleos familiares extradomicílio. E não são de pessoas que moram na mesma casa, mas de cunhados, tios, primos, sogros. As famílias estão se reunindo, e isso ainda não é recomendado”, orienta Fabiana.