Torcedor apaixonado pela Ferroviária, Diego Coxi, de 28 anos, coleciona camisas de times de futebol. Com cerca de 10 anos começou a acompanhar o futebol amador da cidade e, como ganhava algumas camisas, por hobby, iniciou suas vendas, compras e trocas.
Somente da Ferroviária Diego tem, em sua coleção, mais de 180 camisas, sem contar que de outros times ele tem mais de 200, incluindo uniformes de vôlei, basquete e futebol feminino.
Para ele, a Ferroviária é o símbolo da cidade. Ele acredita que seu nome é mais forte do que o de Araraquara. Desde um ano de idade, por incentivo do pai, frequenta os jogos grenás e já nem sabe como começou a colecionar as camisas. Segundo ele, o irmão crescia, passava a camisa para ele e comprava outra, depois começou a comprar e trocar, quando percebeu já tinha mais de cem.
Diego não gosta de camisas antigas, aquelas que eram feitas de pano, a maioria de sua coleção tem início na década de 90, pois gosta de colecionar camisas que tenha visto em jogo, que sabe a história que cada uma carrega “coleciono o que vejo”, diz ele.
Cada camisa de clube que guarda, sabe a quem pertenceu e sua história. Ele ganhou uma camisa do Luan que foi jogador do Palmeiras. Da Ferroviária já ganhou de vários atletas, pois eles sabem que ele gosta. Ganso quando jogava no Santos também o presenteou. Recebeu também de Vilminha, torcedora símbolo do Santos, que abriu mão de tudo para acompanhar o time, duas camisas que guarda com muito carinho.
De acordo com Diego, o “colecionismo” é bom porque você conhece pessoas que fazem parte do seu mundo, do Brasil e também no exterior onde já fiz negociação”, afirma o colecionador.
Cada camisa tem suas particularidades e Diego sabe cada uma delas, como as cores dos números que estamparam as camisas da AFE, quais anos foram usados e para que jogo.
Do XV de Piracicaba, que tem em sua camisa tradicionalmente listras em preto e branco, tem uma que fez parte do Outubro Rosa, listrada em rosa e preto. Do América Mineiro, o goleiro Tuti, ao final de um jogo presenteou Diego. Também em sua arara guarda a camisa que ganhou de Rodrigo, jogador de basquete da Uniara.
Umas das relíquias da coleção é a camisa de Ronaldo Fenômeno, usada em uma Champions League, que ganhou de um colecionador que é amigo pessoal do jogador. Do Brasil, Coxi tem de quase todas as copas.
CAMISA QUE DESTOAVA
Ele conta que por ser palmeirense, foi assistir um jogo de seu time na Argentina, no La Bombonera, estádio do Club Atlético Boca Juniors e, chegando lá, não encontrou ingresso nenhum, apenas no meio da torcida do Boca, como não poderia entrar com a camisa do Palmeiras, comprou uma camiseta de um mendigo que estava na rua, nem se importando que ela estava suada e fedida, para não perder o clássico. Vale ressaltar que comprou também uma camisa do Boca.
Histórias de amor aos times ouvimos várias, mas as de Diego têm um diferencial por ele guardar com o mesmo carinho, uma camisa do time de Américo Brasiliense, que sequer existe mais, ao lado de uma de Cristiano Ronaldo, ou da jogadora Paulinha, do futebol feminino do Corinthians. Mas diferentemente de outros colecionadores, ele costuma usar suas peças, pois acredita que elas não podem ficar somente expostas, ressaltando que lava à mão cada uma delas.
De clubes internacionais ao time da favela Naval em São Paulo, para ele não há diferença, apenas histórias especiais como a do goleiro Marcão que atuou em mais de 200 jogos pelo Botafogo de Ribeirão Preto, anteriormente em comemoração aos 100 jogos dele pela agremiação, foram feitas apenas cinco unidades e uma o jogador deu a Diego de presente. “tenho orgulho por ter esta camisa”, comemora.