A represa do Parque Pinheirinho em Araraquara foi oficialmente interditada neste final de semana pelo município que acatou determinação da Defesa Civil que vinha aguardando a liberação de um relatório, após análises feitas com água colhida no local, para então depois se manifestar. O resultado, já havia apontado que as amostras estavam contaminadas principalmente por fezes (ou algo semelhante), apresentando risco à saúde. Logo depois foi marcada a coletiva.
Na manhã desta segunda-feira (28), a entrevista coletiva dada pelo coordenador da Defesa Civil, coronel Alexandre Luís dos Santos, esclareceu que – as análises realizadas pelo DAAE (Departamento Autônomo de Água e Esgotos), são fruto de uma denúncia feita em maio, quando então diversas coletas e amostras foram analisadas. No dia 10 de junho, disse ele, foi observado que a água da represa está contaminada e imprópria para uso dos banhistas.
Não é a primeira vez que uma denúncia deste tipo, colocando em dúvida a qualidade da água que serve os frequentadores, é questionada: em novembro de 2019 já havia reclamação de que havia um odor forte, similar a esgoto, na água da represa aberta para banhistas.

A denúncia surgiu após o superintendente da autarquia na época, Donizete Simioni, ter declarado que, embora não tenha havido qualquer manifestação formalizada, foi realizada coleta de amostra da água em 23 de outubro. Ainda segundo ele, apesar de a última análise ter ocorrido em junho daquele ano, de acordo com a Portaria de Consolidação nº 5 de 28 de setembro de 2017, apenas os mananciais de captação superficial e subterrânea usados para consumo humano devem seguir plano de amostragem para análise e controle da qualidade da água, desobrigando o Daae da atribuição de analisar a qualidade das águas em áreas destinadas para atividades apenas recreativa e balneável.
Mesmo com a declaração de Simioni sobre a não obrigação da realização de testes na água do parque, por se tratar de espaço público destinado ao lazer, comentou-se que – mesmo que não ocorra suposto vazamento de esgoto na nascente que abastece a represa do parque público, o que costuma ocorrer no local e neste período é o transbordamento de água de chuva em um fosso de esgoto (tanque) desativado, seguindo em direção à represa. Elias Chediek, vereador no período, tornou pública a situação, esteve no local onde foi construído o tanque e, denunciou o caso publicamente.
Curioso é que, também em 2019, o gerente de Resíduos do Daae, descartou a possibilidade de contaminação da água da represa por resíduos do lixão desativado há 12 anos aproximadamente, localizado a cerca de 7 km de distância acima da nascente que abastece o parque. Mas, deixou claro que – todo lixão desativado deve ser monitorado pelas autoridades ambientais municipais e estaduais por pelo menos dois anos, por conta do período das chuvas. As pessoas consultadas não souberam explicar se houve o fechamento do tanque próximo das nascentes e devem se manifestar nesta terça-feira (29).
Fica claro porém que, em cada dois anos, o solo do lixão no Pinheirinho, deveria ser analisado, de acordo com o antigo técnico do setor.
A HISTÓRIA SE REPETE
Nos últimos dias pelo menos oito placas – “Represa interditada. Qualidade da água: imprópria para banho” tiveram que ser colocadas em pontos externos da represa, alertando os banhistas sobre os perigos que ás águas contaminadas representam.
Na entrevista coletiva desta segunda-feira o cel. Alexandre Luís dos Santos, ainda não soube explicar de onde vem a contaminação: “Vamos ter que ir atrás para esclarecer de onde ela vem. Para ele, alguns fatores devem ser estudados.”Também não há previsão de quando a represa será reaberta, primeiro será esvaziada e isso pode durar até uma semana, sendo analisadas paralelamente as causas da contaminação.
O RCIA aguarda informações sobre o fechamento do tanque de resíduos do Lixão e se, suas águas próximas das nascentes que passam pela represa do Pinheirinho poderiam levar a contaminação no período de chuvas, sendo importante destacar que, cada dois anos o solo naquela região teria que ser checado de acordo com o antigo gerente de resíduos do Daae.