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Morre Paulinho Carioca, ex-presidente da Liga das Escolas de Samba de Araraquara

Envolvido na fundação da Escola de Samba Unidos da Morada do Sol e criação do carnaval de rua de Araraquara, com o surgimento das escolas de samba, Paulo Martins (Paulinho Carioca) teve desde os anos 70 um envolvimento muito forte com Araraquara.

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Faleceu nesta sexta-feira (18), Paulo César Martins dos Santos, 73 anos, irmão do jornalista Sérgio Martins, que ocupou a presidência da Liga das Escolas de Samba em nossa cidade. Paulinho Carioca como era conhecido teve uma passagem importante por Araraquara desde o começo dos anos 70 quando aqui desembarcou para composição de uma família que vinda do Rio de Janeiro optou em fincar raízes por aqui.

Na verdade a Família Martins veio a convite de Olavo Pereira de Córdis e Sérgio Cavalcante Figueiredo, também de traços cariocas, que escolheram Araraquara para morar e exercerem suas atividades profissionais. O jornalista Sergio Martins foi o primeiro a vir com eles, depois Caica Martins e Paulo. Célia, permaneceu no Rio de Janeiro junto com o irmão Luís Augusto, já falecido.

Ligado ao samba e a história do carnaval carioca, Paulo – além dos seus irmãos, passou a colaborar de forma decisiva na criação da Escola de Samba Unidos da Morada do Sol, fundada por Antonio Carlos Fonseca, o Carioca e “Moacirzão”. A contribuição dos Martins neste processo de introdução do carnaval de rua em nossa cidade foi significativa.

Este envolvimento com festas populares levou Sérgio Martins para o Conselho Municipal de Turismo criado pelo prefeito Rubens Cruz no começo dos anos 70 e duas décadas depois Paulo Martins à presidência da Liga das Escolas de Samba.

Paulo foi casado com Elisete e deixa três filhos: Marcos, Augusto e Gustavo. Seu sepultamento, após velório em uma das salas do Memorial Fonteri, acontecerá no Cemitério dos Britos as 10h30.

O SAMBA PERDE

Aos 73 anos de idade, Paulinho Carioca, dizia aos amigos que – havia deixado no Rio de Janeiro uma parte da sua vida; ele se referia ao samba de Roberto Ribeiro, Beth Carvalho e outros tantos nomes famosos que povoavam as escolas que deixavam os morros e desciam em direção a fgesta mais popular do Rio de Janeiro.

Célia Pires e Paulinho Carioca

A jornalista Célia Pires numa singela homenagem ao amigo escreveu nas redes sociais: “Fico imaginando ele chegando num plano superior, vestido com seu terno branco e ao adentrar as portas do céu, tirará o chapéu em sinal de respeito e, magicamente, se transformará em luz. Siga em paz Paulinho Carioca!”, comentou Célia.

Paulo vinha morando no Lar São Francisco de onde saiu nesta semana com outros idosos considerados integrantes de um grupo de risco. Submetido a testes para a Covid-19, segundo seu irmão Sérgio Martins teve descartada à contaminação. Por essa razão teve alta e voltou para o Lar São Francisco, permanecendo contudo no oxigênio tendo em vista ligeiras dificuldades respiratórias.

Outro desafio que enfrentava era Alzheimer, doença neurodegenerativa progressiva que se manifesta apresentando deterioração cognitiva e da memória de curto prazo e uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais que se agravam ao longo do tempo.
Os sentimentos do RCIA à Família Martins.