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Na contramão do Brasil, Araraquara tem aumento de 40% nos casos de dengue entre 2020 e 2021

Cidade teve 385 casos da doença no ano passado contra 232 no ano retrasado; País registrou queda de 42,6% no número de infectados no mesmo período

232
Nos últimos cinco anos, o maior registro de casos foi em 2019, quando o município teve 23.134 infectados

Araraquara teve aumento de 40% no número de casos de dengue entre 2020 e 2021. De acordo com os dados da Vigilância em Saúde, foram 385 no ano passado contra 232 no ano retrasado. Já o Brasil registrou queda de 42,6% no número de casos prováveis de dengue entre 2020 e 2021. No ano passado, foram notificadas 543.647 infecções, contra 947.192 em 2020. Os dados são do Ministério da Saúde.

Neste ano, em Araraquara, já são 13 casos na primeira quinzena de janeiro. Nos primeiros dias de 2022, as ações da Vigilância em Saúde já encontraram dezenas de focos com larvas do Aedes aegypti em bairros como Cecap, São José, Santa Lúcia e Parque São Paulo.

Segundo o coordenador de Vigilância em Saúde, Rodrigo Ramos, “os principais criadouros com larvas foram encontrados em prato de vasos de flores, ralos externos e materiais recicláveis exposto em quintais, com retenção de água das chuvas”.

As próximas ações contra os criadouros em Araraquara serão realizadas nos bairros Parque das Laranjeiras, Jardim imperador e Vale do Sol.

EXPLOSÃO DE CASOS

Neste século, Araraquara passou por alguns picos de infecção pelo Aedes aegypti. O mais recente foi em 2019, quando o município registrou 23.134 casos da doença. Em 2018, os números também foram significativos, 1.356 infectados, mais de três vezes em relação ao ano passado. Nos últimos cinco anos, o menor índice foi registrado em 2017, quando a cidade teve apenas 115 casos da doença.

AEDES E OUTRAS DOENÇAS NO BRASIL

Além da dengue, o mosquito Aedes Aegypti é vetor para outras doenças, como a zika e a chikungunya. No Brasil, entre os casos de zika, houve uma pequena redução de 15%, passando de 7.235 notificações em 2020 para 6.143 em 2021. Já a chikungunya registrou aumento de 32,66% dos casos, com 72.584 em 2020 e 96.288 no ano passado.

O coordenador-geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde, Cássio Peterka, afirma que quase todos os municípios do Brasil possuem transmissão de dengue, zika ou chikungunya, ou as três concomitantemente.

“Hoje, mais de 70% dos casos de dengue se concentram em menos de 200 municípios do país, mas não quer dizer que os outros restantes para completar 5.570 municípios não devam ter ações.”

MAIS CASOS NO VERÃO

Devido às altas temperaturas e às chuvas abundantes, o verão é o período do ano em que os ovos eclodem e acarretam o aumento de infecção por dengue, chikungunya e zika. Por isso, é preciso ficar atento para evitar a proliferação do mosquito.

O combate ao Aedes aegypti, transmissor das três doenças, é a principal forma de prevenção. Campanha do Ministério da Saúde orienta que essas medidas para evitar água parada sejam incorporadas na rotina da população.

“A grande importância de combater o mosquito é que não teremos pessoas doentes se não tivermos muitos mosquitos. Então a campanha desse ano traz à tona a questão de cada um buscar a responsabilidade dentro do seu quintal, do seu local de trabalho e utilizar dez minutos da sua semana para que ele faça uma revisão nos principais locais onde possam ter criadouros do mosquito e elimine esses criadouros, não deixe que o mosquito nasça”, explica Peterka.

Claudio Maierovitch, sanitarista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Brasília, destaca que 2020 foi um ano de muitos casos e, por isso, não se deve relaxar com a queda de contágios em 2021.

Mesmo não tendo havido aumento de um ano para o outro, essa não é boa comparação, uma vez que o ano anterior foi de números altos”, alerta.

Para evitar a proliferação do mosquito, a população deve checar calhas, garrafas, pneus, lixo, vasos de planta e caixas d’água.