A imprensa regional está se despedindo desde as últimas horas da madrugada desta segunda-feira (25) de Cecília Pedro Antônio Corrêa da Silva, a “dona Cecília d’O Imparcial, que ao lado do marido soube construir a história do jornalismo interiorano. Aos 95 anos de idade comemorados no dia da sua morte – 25 de agosto – Cecília se transformou numa verdadeira guerreira após assumir a direção d’O Imparcial com a morte do marido, o também jornalista Paulo de Arruda Corrêa da Silva, em 1994.
Acamada nestes últimos cinco anos, Cecília sempre foi reconhecida como um dos mais importantes pilares da história recente de Araraquara. O legado que deixa para a cidade ainda pode ser testemunhado todos os dias, por meio do trabalho de jornalistas que aprenderam seu ofício no cotidiano da redação. O grupo que se manteve ao seu redor, divide esse trabalho no jornal impresso e redes sociais, verdadeiro desafio nos novos tempos.

A exemplo do marido, Cecília era uma empresária da comunicação comprometida com a qualidade da informação, tendo aberto através de décadas espaço para que nomes importantes seguissem no jornalismo. “Foi uma verdadeira escola mergulhada em conhecimentos e primando pela linha democrática que a colocava como pessoa independente e plenamente justa”, conta um desses profissionais.
Tanto Cecília quanto Paulo Silva sempre abriram espaço também para as mais diversas tendências do pensamento sociopolítico. Paulo, acolheu e apoiou movimentos culturais das mais diversas linguagens no Município e na região, modernizando os métodos de se fazer jornal, tanto com relação ao conteúdo editorial quanto na implantação de novas tecnologias na mídia impressa.
Ângelo Santilli, que por muitos anos trabalhou na redação d’O Imparcial lembra que Paulo Silva – entre 1955 e 1994, dirigiu o jornal o Imparcial, dentro dos preceitos da imprensa livre. Era um democrata convicto e liberal e foi diretor atuante, pautado, sobretudo, na honestidade e transparência, pressupostos que consolidaram o jornal como símbolo de comportamento ético e imparcial. ”
Cecília e Paulo se casaram em 24 de junho de 1951. O casal teve quatro filhos: Tadeu Antonio Corrêa da Silva (falecido), Paulo de Arruda Corrêa da Silva Júnior (falecido), José de Arruda Corrêa da Silva e Antônio Corrêa da Silva Neto (falecido). Cecília deixa seis netos.
O velório acontece nesta terça-feira (26), a partir das 09h00 na Casa Funerária Micelli.