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Cultura mapeia grupos do interior para projeto “Teatro de Grupo” de São Paulo

Coordenadoria de Acervos e Patrimônio Histórico convida grupos de teatro de Araraquara a integrarem projeto inédito

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Os interessados devem entrar em contato com a Coordenadoria de Acervos e Patrimônio Histórico. (Foto: Divulgação)

Os grupos de teatro de Araraquara e região estão convidados a participar com suas companhias do projeto de mapeamento “Teatro de Grupo”, realizado pela SP Escola de Teatro. O cadastramento em Araraquara e região é gratuito e será executado pela Coordenadoria de Acervos e Patrimônio Histórico, ligada à Secretaria Municipal da Cultura. O projeto resultará em um livro sobre grupos do estado de São Paulo, seguindo a primeira edição com grupos da capital.

O “teatro de grupo” é uma categoria de organização e produção teatral em que atores são movidos por um mesmo ideal, realizando um trabalho de continuidade da concepção estética e ideológica, resultando em uma linguagem que possa o identificar.

A equipe do projeto “Teatro de Grupo” de São Paulo é formada por: Alexandre Mate, Ivam Cabral, Marcio Aquiles, Elen Londero e Joaquim Gama. O ator, professor e crítico Alexandre Mate lembra que Ecléa Bosi, a partir de Walter Lippmann, escreve um texto antológico e fundamental, chamado “A opinião e o estereótipo”. “A tese central do texto concerne, mesmo sabendo pouco, pouquíssimo de quase tudo, falamos sobre tudo! Aceitamos e adotamos de modo subserviente o que afirmam as/os especialistas”, conta Mate.

 “Pois é, no caso da produção teatral paulista, não sabemos e não há especialistas!! Desconhecemos, quase completamente, o que vem sendo produzido no estado na área teatral. A Rede de Pesquisa criada especialmente para o levantamento do que vem sendo produzido no estado, e a partir de proposições coletivas, menos autocráticas e com aterramento histórico na contemporaneidade do sujeito histórico teatro de grupo é ação necessária e pioneira. Penso que por meio de tal ação coletiva, as opiniões e os estereótipos tendem a afastar-se, como escreveu Thiago de Mello, do ‘pântano enganoso das bocas’. Talvez comecemos a ressignificar os pressupostos da identidade e da mentalidade de modo menos subserviente. Junte-se nessa tarefa essencial”, defende.

 Já o ator Ivam Cabral aponta que, como artista, já circulou com sua companhia Os Satyros por centenas de cidades do interior e do litoral do Estado de São Paulo e, a cada novo teatro ou festival onde se apresenta, sempre tem o prazer de descobrir um novo coletivo nesses municípios, ou então alguma manifestação popular que até então desconhecia.

 “Trata-se de uma riqueza cultural inestimável, que estamos a desbravar ainda mais agora, com esse segundo volume da série sobre o sujeito histórico teatro de grupo. Por meio de uma rede colaborativa, estamos investigando as manifestações teatrais de todas essas regiões, e, com esse novo livro, iremos materializar essas experiências e conhecimentos fabulosos, dando protagonismos a vozes muitas vezes marginalizadas do discurso oficial, que ainda é amiúde pautado pelo discurso das metrópoles”, explica.

 “Essa edição em que estamos trabalhando será um marco importante para a divulgação desses grupos e culturas, além de se estabelecer também como fonte documental e de preservação de nossas histórias. Por fim, posso afirmar que termos Araraquara e região conosco é bastante significativo, dada sua rica memória, é a cidade onde nasceu o Zé Celso, por onde passou Jean-Paul Sartre, um lugar realmente especial”, finaliza Cabral.

 Os grupos de teatro da região administrativa de Araraquara devem apresentar informações, como: texto sobre a companhia contando suas histórias, processos criativos, as parcerias mais significativas, os mestres e mestras do coletivo; fotos de apresentações teatrais – entre outros.

Integram a região central (Araraquara e São Carlos): Américo Brasiliense, Araraquara, Boa Esperança do Sul, Borborema, Cândido Rodrigues, Descalvado, Dobrada, Dourado, Fernando Prestes, Gavião Peixoto, Ibaté, Ibitinga, Itápolis, Matão, Motuca, Nova Europa, Porto Ferreira, Ribeirão Bonito, Rincão, Santa Ernestina, Santa Lúcia, Santa Rita do Passa Quatro, São Carlos, Tabatinga, Taquaritinga e Trabiju.

Os interessados devem entrar em contato com a Coordenadoria de Acervos e Patrimônio Histórico, por meio do email patrimoniohistorico@araraquara.sp.gov.br para receberem todas as informações necessárias e detalhadas.