Realizado em duas etapas o Curso de Artesanato em Argila mobilizou trabalhadores e produtores rurais do Assentamento Monte Alegre na região de Araraquara. A primeira etapa foi no período de 2 a 5 de setembro destinada a apresentação do projeto SENAR e a preparação da matéria prima”argila” com o uso de várias técnicas como – Polegar, Acordelado, Placas e Ocagem.
Segundo Rosinei Ramalho dos Santos, de Avaré, auxiliar na área de instrução do curso organizado pelo Sindicato Rural de Araraquara e Senar SP, todo trabalho teve como objetivo dar formação para que os alunos confeccionem peças utilitárias e decorativas. Assim, nos dias 4 e 5 aconteceu o acabamento e a montagem do forno para a queima das peças e no período de 6 a 9 a produção de bijuterias com argila.
Foi explicado aos 15 participantes do curso que o artesanato rural é uma arte viva em constante transformação, que remete à memória ancestral no ato de transformar argila, lã, madeira, cabaça e tantos outros materiais em peças únicas e com identidade regional. Os participantes das atividades de artesanato, além de aprenderem as técnicas, conhecem sobre sua origem, questões históricas e culturais, e como obter a matéria-prima na natureza de modo sustentável, com isso, conseguindo uma alternativa de renda, tanto comercializando individualmente quanto em grupo, de maneira organizada.
Para Rodolfo Augusto Santiago, que há 25 anos exerce a função de instrutor técnico do Senar SP e é considerado um dos mais brilhantes artesãos no Estado de São Paulo existiu entre os participantes muita empolgação, pois em se agregando valores à propriedade rural, cada produtor poderá transformar a atividade em fonte de renda. “Entendo que o curso foi realmente criado para ajudar na melhoria das condições sociais, ambientais e econômicas das pessoas ligadas a diversas atividades do campo”, comentou à nossa reportagem.
Segundo ele, o programa atende produtores de diversas áreas de atividade do meio rural, inclusive o artesanato e que por meio de encontros com os participantes, é possível identificar as oportunidades que existem na região e perceber que algumas dificuldades podem se transformar em oportunidades de acordo com a realidade que cada pessoa vive.
Rodolfo conta que durante a realização do programa é observado o empenho de cada um, existindo neles o comprometimento e o orgulho de levar avante uma palavra mágica: “Eu fiz”. De fato, confessa ele, a pessoa se sente envolvida assumindo a postura de empreendedor, capaz de vencer desafios. “Isso nos enche de orgulho e a forma pela qual eles veem o campo depois do programa é como ter um novo olhar para a vida, na forma de ver a sua atividade””, destaca o instrutor.
Durante a capacitação e o aperfeiçoamento da atividade os alunos aprendem a produzir diversas peças em argila como panelas (que oferecem o cozimento de alimentos saudáveis e saborosos. Outro fator que ele relata é a questão de se exercer um trabalho com segurança: “O aluno é orientado a tomar todos os cuidados para trabalhar com o fogo, ter uma peça perfeita e bonita, servindo de decoração no ambiente em que vive ou comercializar esta peça para quem admira produções em argila”.
Rosinei Ramalho dos Santos, auxiliar técnica de Rodolfo comenta que no artesanato, muitas pessoas se desenvolveram e hoje estão até comercializando seus trabalhos. O artesanato é uma forma de gerar renda para muitas pessoas”, diz ela, ressaltando a importância que o artesanato tem consegue resgatar as tradições rurais.
