Nesta segunda-feira (2) durante toda a manhã, o presidente da CANASOL Luís Henrique Scabello de Oliveira participou da 53ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Açúcar e do Álcool do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, presidida por Mário Ferreira Campos Filho, presidente do Fórum Nacional Sucroenergético (FNS).
PERSPECTIVAS CLIMÁTICAS
Na pauta da reunião foram discutidas as condições climáticas na safra de cana-de-açúcar 2021/2022. Mozar de Araújo Salvador – Meteorologista – Assistente Técnico do Gabinete- INMET, fez prognósticos de chuva acumulada para os próximos 16 dias, onde poderá atingir 200 mm para o Estado de São Paulo e para a região central do estado o acumulado poderá ser de até 300 mm.
O meteorologista ressaltou também que o trimestre de Fev/Mar/Abr deverá estar dentro da média histórica com acumulado entre 400 a 500 mm de chuva para a região central do Estado de São Paulo, indicando ainda 75% de probabilidade de ocorrência do La Niña no mesmo trimestre, com neutralidade para o restante do ano de 2022.
ETANOL
A venda direta de etanol, também foi discutida pelos participantes com Pietro Adamo Sampaio Mendes, Diretor do Departamento de Biocombustíveis do Ministério de Minas Energia- MME.
Ele afirmou que ainda há muitas dúvidas, porém no entender da Casa Civil, a venda direta está liberada. “O governo federal tem como meta a desregulamentação do setor de combustíveis, deste modo, não será a área fiscal que irá pautar a política energética no Brasil”, disse o diretor.
O presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil, Alexandre Lima fez uma ampla exposição abrangendo desde o protagonismo da FEPLANA no assunto, até os últimos acontecimentos envolvendo as dificuldades encontradas na área fiscal, especialmente no entendimento da tributação das cooperativas produtoras de etanol.
Lima criticou o “oportunismo” de alguns agentes ligados à área fiscal que viram no tema, uma forma de acabar no Ato Cooperativo que garante a isenção de impostos às Cooperativas.
PAINEL OMC SOBRE SUBSÍDIOS AO AÇÚCAR NA ÍNDIA
Países produtores de cana como o Brasil, Guatemala e Austrália entraram em 2019 com uma queixa contra a Índia na OMC devido aos subsídios concedidos por este país ao preço da cana e à exportação de açúcar.
O subsídio do governo indiano chega a quase 50% no preço da cana e a exportação de açúcar chega ser de 5 a 7 milhões de toneladas por ano. Deixando para o Brasil, maior produtor de cana mundial, um prejuízo que chega a US 1,0 bilhão por ano.
A decisão foi favorável aos países que entraram com o painel. A Índia, no entanto, recorreu da decisão, porém o órgão de apelação da OMC encontra-se inoperante, criando um impasse. O governo brasileiro tem agido ativamente para a solução dessa demanda, com destaques à diplomacia do Ministro das Minas e Energia Bento Albuquerque. O ministro irá com uma comitiva brasileira à Índia para tentar um acordo. Entre as propostas está a transferência da tecnologia brasileira para produção de etanol de cana que é de grande interesse do país asiático.
CARRO ELÉTRICO
“Apesar de o Brasil ser responsável por apenas 1,5% das emissões de CO2 no mundo, temos um compromisso e uma grande oportunidade para aderir às metas de redução”, disse o Professor Doutor Titular do Instituto de Biologia/UNICAMP e Engenheiro Agrônomo pela UFBA Mestre em Genética pela ESALQ/USP.
Um convênio firmado entre a UNICAMP e Volkswagen para desenvolvimento da célula de hidrogênio e do programa de biocombustíveis da Volks, está em andamento.
Enquanto o mundo tem optado por carros elétricos com baterias, o Brasil desenvolve uma tecnologia de carros elétricos sem baterias. Nesse caso, a energia elétrica é guardada no tanque de etanol do veículo. Essa tecnologia reforma (transforma) o etanol em CO2 e Hidrogênio. Na SOFC (célula de combustível de óxidos sólidos), o Hidrogênio se une ao oxigênio produzindo água (H2O) e energia elétrica. E é com essa energia que os motores elétricos do automóvel são movidos.
Com uma mistura de 45% de etanol e 55% de água, esses veículos podem fazer até 26 Km por litro da mistura. A Bosch e a Ceres já dominam essa tecnologia e diversas montadoras têm investido no carro elétrico movido a etanol. A Nissan é pioneira e deve concluir os testes em 2025, quando irá passar a produzir os veículos.
COLMÉIA VIVA
Também em pauta a Plataforma de Treinamentos virtual do Sindiveg, com módulos sobre o uso correto e seguro de defensivos agrícolas, e módulos do Colmeia Viva, voltados para a proteção dos polinizadores, com foco na proteção das abelhas. Com a participação de Isabela Rivato, Analista de uso correto e seguro – Stewardship Analyst.
Essa plataforma oferece suporte para o uso correto e seguro de defensivos agrícolas, para a proteção dos polinizadores, com foco na proteção das abelhas, para as boas práticas na aviação aérea e para proteção contra intoxicações de aplicadores e produtores rurais. A exposição foi muito positiva, com diversos pedidos para divulgação dessa plataforma entre usinas e associações de produtores.
Por determinação do MAPA, as reuniões da Câmara Setorial serão realizadas remotamente enquanto houver a pandemia da Covid-19. (Suze Timpani/Canasol)