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Cesta básica araraquarense fica R$ 18 mais cara em maio, anunciou Sincomercio

É a nona alta consecutiva registrada na pesquisa mensal do Núcleo de Economia do Sincomercio; última queda ocorreu em agosto de 2024

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O custo médio da cesta básica em Araraquara representa até o mês de maio de 2025 cerca de 72,7% do salário-mínimo

O valor médio da cesta básica em Araraquara apresentou aumento de 1,68% em maio, como indica a pesquisa mensal do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara. No período, os itens que compõem a cesta analisada custaram, juntos, R$ 1.104,27, encarecimento de R$ 18,28 na comparação com abril, quando o preço foi de R$1.085,99.

Gráfico 1 – Evolução do custo médio e variação mensal da cesta básica em Araraquara – maio/2024 a maio/2025

Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara

Os três grandes grupos avaliados no mês apresentaram aumento de preço: 1) a higiene pessoal teve inflação de 0,25%, ou incremento de R$ 0,30; 2) a alimentação, que possui maior peso no custo total da cesta, apresentou variação positiva de 1,79%, ou alta de R$ 16,07; 3) e a limpeza doméstica inflacionou 2,76%, o que significou um encarecimento de R$ 1,92.

Para conferir mais detalhes da pesquisa, acesse aqui

Ainda sobre o mês em análise, os principais aumentos percentuais foram identificados na: 1) cebola (26,1%); 2) batata (16,5%); 3) margarina vegetal (7,9%); 4) linguiça fresca (7,3%); 5) e sabão em barra (6,6%). E os produtos com maior decréscimo percentual foram: 1) ovos brancos (-9,3%); 2) detergente líquido (-5,4%); 3) molho de tomate (-4,3%); 4) farinha de mandioca torrada (-4,2%); 5) biscoito maisena (-2,6%).

Em termos monetários, a carne de segunda – acém foi o item responsável pelo maior aumento registrado, provocando o acréscimo de R$ 6,28 no custo médio da cesta, em razão do aumento de R$ 1,57/kg. Na outra ponta, o item que mais aliviou o bolso dos consumidores foi o ovo branco, com um decréscimo de R$ 3,58 no custo da cesta analisada, em razão da diminuição de R$ 1,19/cartela de 12 unidades.

Em maio, os valores da carne bovina registraram alta de forma contraditória em relação aos dados pelo Cepea/Esalq-USP, que indicaram queda no período. No mercado interno os preços recuaram, com a cotação da carcaça casada bovina caindo 3,7% de uma semana para outra. Já as exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada tiveram o valor médio diário ampliado em 23,7% em relação a maio de 2024. Além disso, a Organização Mundial de Saúde Animal certificou o Brasil como livre da febre aftosa sem vacinação, o que pode indicar novos caminhos para a inserção do país em mercados que remunerem melhor a carne bovina.

O café torrado e moído também foi responsável por elevar o preço do grupo de alimentação. Segundo o Cepea, apesar de cair em abril, as exportações brasileiras registraram desempenho recorde na parcial da safra 2024/25, considerando a série histórica do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Alguns talhões do café arábica da nova safra (2025/26) já têm sido colhidos, com expectativa de crescimento da produção do arábica + robusta de 2,7% em relação a safra anterior. O início da colheita tem sido influenciado pelo comportamento do clima e da oscilação do dólar impactando nos valores futuros negociados na Bolsa de Nova York e nos preços domésticos.

Já o mercado de ovos encerrou maio com baixa liquidez e recuo nos preços em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. “O ritmo lento das vendas foi um fator decisivo no aumento dos estoques nas granjas em diversas praças, levando à desvalorização da proteína. A expectativa é de aumento do fluxo de vendas com a virada do mês, além de que há relatos de descarte de poedeiras mais velhas em algumas regiões, impactando em uma menor oferta e possível sustentação de valores”, avalia Maria Clara Kirsch, pesquisadora do Núcleo de Economia do Sincomercio.

Gráfico 2 – Evolução do preço médio e da variação mensal da carne de segunda – acém – maio/2023 a maio/2025

Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara

INFLAÇÃO

A variação acumulada no ano foi de 15,28%, o que representa um incremento de R$ 146,35 na cesta básica. O grupo de alimentação encareceu 16,65%, o que equivale a R$ 130,06, e a higiene pessoal inflacionou 18,70%, ou R$ 19,19 em termos monetários. Já a limpeza doméstica caiu 3,90%, ou seja, barateou R$ 2,89.

Entre os produtos analisados, 23 dos 32 oscilaram em direção ascendente – o que representa 71,8% da composição da cesta. No acumulado de janeiro a maio de 2025, destacam-se: 1) café torrado e moído (91,64%), 2) alho (46,99%), 3) desodorante spray (36,62%), 4) creme dental (33,22%) 5) e ovos brancos (26,23%). Já os itens que apresentaram as maiores reduções foram: 1) cebola (-42,47%), 2) farinha de trigo (-15,23%), 3) sabão em barra (-11,89%), 4) feijão carioca (-11,41%) 5) e óleo de soja (-10,14%).

A variação acumulada em 12 meses foi de 18,36%, ou seja, encarecimento de R$ 171,30. Sobre os grupos, o de alimentação registrou inflação de 20,18%, equivalente a R$ 153,04, higiene pessoal aumentou 10,08%, ou R$ 11,15, e os produtos de limpeza doméstica ficaram 11,1% ou R$ 7,12 mais baratos.

Entre os produtos, 25 dos 32 oscilaram em direção ascendente – o que corresponde a 78,1% dos itens que compõem a cesta básica analisada. No acumulado de junho de 2024 a maio de 2025, destacam-se: 1) café torrado e moído (100,78%), 2) carne de segunda – acém (35,41%), 3) óleo de soja (30,87%), 4) carne de primeira – contrafilé (29,32%) 5) e ovos brancos (25%). Já os produtos com as maiores reduções percentuais foram: 1) cebola (-46,81%), 2) batata (-28,93%), 3) feijão carioca (-6%), 4) arroz branco (-5,9%) 5) e farinha de trigo (-4,4%).

SALÁRIO-MÍNIMO

O custo médio da cesta básica em Araraquara representa até o mês de maio de 2025 cerca de 72,7% do salário-mínimo. O valor é superior ao registrado no mês anterior e aproximadamente 6,6 pontos percentuais acima do registrado no mesmo mês do ano anterior, isto é, em maio de 2024, quando o valor da cesta básica representava 66,1% do salário-mínimo vigente à época. Em maio de 2023 e 2022, a cesta básica custava, em média, R$ 915,23 e R$ 940,20, representando, respectivamente, 69,3% e 77,6% do salário-mínimo do araraquarense.

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, para um trabalhador que recebe o piso nacional vigente de R$ 1.518,00, ficou em 160 horas e 2 minutos, aproximadamente. Essa jornada é superior ao mês anterior, abril de 2025, quando eram necessárias 157 horas e 23 minutos de trabalho para consumir a mesma quantidade de produtos.

Gráfico 3 – Variação mensal do preço médio dos produtos componentes da Pesquisa de Preços da Cesta Básica em Araraquara – maio/2025

Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara

Coordenação de pesquisa: Elton Casagrande | Pesquisadores: Maria Clara Kirsch Junqueira e Bruno H. Camacho