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Cesta básica fica R$ 26 mais cara em Araraquara em janeiro, diz Sincomercio após pesquisa

Café torrado e moído foi o responsável pelo maior aumento em termos monetários, provocando o acréscimo de R$ 11,55 no custo médio da cesta em janeiro de 2025, anuncia o Sincomercio

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Principais aumentos percentuais foram: 1) sabão em barra (18,4%); 2) café torrado e moído (15,8%) e 3) cebola (8,3%)

O valor médio da cesta básica em Araraquara apresentou um aumento de 2,53% em janeiro de 2025, fechando o mês em R$ 1.057,48, segundo a pesquisa mensal do Núcleo de Economia do Sincomercio. No total, esses números representam um encarecimento de R$ 26,06 em relação ao preço médio da cesta registrado em dezembro de 2024 (R$1.031,42).

Gráfico 1 – Evolução do custo médio e variação mensal da cesta básica em Araraquara – janeiro/2025 a janeiro/2025

Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara

Os três grandes grupos avaliados apresentaram aumento de preço: 1) limpeza doméstica, com inflação de 7,9% ou incremento de R$ 4,91; 2) higiene pessoal, com variação positiva de 2,21% ou alta de R$ 2,47 no preço médio; 3) e alimentação, que possui maior peso no custo total da cesta, com inflação de 2,18%, e um encarecimento de R$ 18,68 no custo do item.

Para conferir o material completo, acesse aqui.

Ainda sobre o primeiro mês do ano, os principais aumentos percentuais foram: 1) sabão em barra (18,4%); 2) café torrado e moído (15,8%); 3) cebola (8,3%); 4) frango resfriado inteiro (8,0%); e 5) sabão em pó (6,2%). e os produtos com maior decréscimo percentual foram: 1) farinha de mandioca torrada (-12,8%); 2) carne de segunda – acém (-3,4%); 3) batata (-2,6%); 4) óleo de soja (-2,6%); 5) e biscoito maisena (-1,9%).

O café torrado e moído foi responsável pelo maior aumento em termos monetários, provocando o acréscimo de R$ 11,55 no custo médio da cesta, em razão do aumento de R$ 3,85/pacote de 500g. Na outra ponta, o item que mais aliviou o bolso dos consumidores foi a carne de segunda – acém, com um decréscimo de R$ 4,72 no custo da cesta analisada, em razão da diminuição de R$ 1,18/kg.

Os preços do café arábica tipo 6, bebida dura, avançaram em janeiro para o maior patamar da série história do Cepea/ESALQ-USP, refletindo ainda tanto a oferta restrita de arábica quanto de robusta no Brasil e no resto do mundo. Até o dia 27, o valor médio estava em R$ 2.301,60/saca de 60 kg, aumento de 6,8% ou R$146,72/saca em relação à média de dezembro/24.

Outro item responsável por elevar o preço da alimentação é o frango resfriado inteiro, que subiu R$ 0,86 o quilo em janeiro, totalizando um aumento de R$ 4,29 no custo da cesta mensal. Segundo o Cepea, o ritmo de vendas foi positivo no início do ano, possibilitando reajustes nos valores. “No contexto de alta no preço da carne bovina que tem ocorrido desde setembro de 2024, e que se intensificou nas festas de fim de ano, a procura por outra fonte de proteína pode ser um dos fatores que aquece o mercado de carne de frango. Há ainda uma expectativa de crescimento de até 3% no setor em 2025”, explica Maria Clara Kirsch, pesquisadora do Núcleo de Economia do Sincomercio.

A queda no valor do acém se associa a um cenário que reflete o poder de compra do consumidor brasileiro em 2025. Com crescimento econômico moderado, inflação persistente e juros elevados, há uma tendência de retração na demanda interna por carne bovina, impulsionando a migração para proteínas mais acessíveis. Enquanto isso, cortes nobres, mantêm preços sustentados pela elevada demanda no mercado externo – com a China absorvendo grande parte da carne in natura brasileira, além da valorização de tais cortes por parte de EUA, Emirados Árabes e Chile – conforme dados do relatório Cepea-Esalq/USP, e por um nicho doméstico de maior poder aquisitivo que mantêm o consumo mesmo diante de preços elevados.

Gráfico 2 – Evolução do preço médio e da variação mensal da Café torrado e moído – janeiro/2023 a janeiro/2025

Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara

INFLAÇÃO

A inflação dos itens da cesta acumulada em 12 meses foi de 11,94%, ou seja, encarecimento de R$ 112,81. Sobre grupos, o de alimentação registrou alta de 14,35%, equivalente a R$ 109,95, e o de higiene pessoal aumentou 5,20%, ou R$ 5,66. Já os produtos de limpeza doméstica ficaram 3,94%, ou R$ 2,75, mais baratos.

Entre os produtos, 22 dos 32 avaliados oscilaram em direção ascendente – o que corresponde a 68,75% dos itens que compõem a cesta básica analisada. No acumulado de fevereiro de 2024 a janeiro de 2025 destacam-se: 1) café torrado e moído (78,7%), 2) alho (57,47%), 3) óleo de soja (34,63%), 4) carne de segunda – acém (34,2%) e 5) queijo muçarela – peça (27,47%). Já os produtos com as maiores reduções percentuais foram: 1) batata (-59,0%), 2) cebola (-45,68%), 3) feijão carioca (-13,77%), 4) sabão em pó (-6,92%) e 5) sabonete em barra (-5,11%).

Em janeiro de 2025, o subgrupo alimentação no domicílio do IPCA-15, divulgado pelo IBGE, também registrou aumento. O índice, que já havia aumentado no mês anterior, obteve alta de 1,1% neste mês. Já o subgrupo artigos de limpeza apresentou queda de 0,24%. Por fim, o subgrupo de higiene pessoal teve variação positiva de 1,01% em janeiro.

SALÁRIO-MÍNIMO

O custo médio da cesta básica em Araraquara representa, até o mês de janeiro de 2025, 74,9% do salário-mínimo. O valor é superior ao registrado no mês anterior e aproximadamente 8 pontos percentuais acima do registrado no mesmo mês do ano anterior, isto é, em janeiro de 2024, quando o valor da cesta básica representava 69,9% do salário-mínimo vigente à época. Em janeiro de 2023 e 2022, a cesta básica custava, em média, R$ 952,82 e R$ 844,87, representando, respectivamente, 79,0% e 69,7% do salário-mínimo do araraquarense.

Gráfico 3 – Variação mensal do preço médio dos produtos componentes da Pesquisa de Preços da Cesta Básica em Araraquara – janeiro/2025

Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara

Coordenação de pesquisa: Elton Casagrande | Pesquisadores: Maria Clara Kirsch Junqueira e Bruno H. Camacho