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Cesta básica registra quinta queda consecutiva em Araraquara, anuncia Sincomercio

Itens de alimentação, limpeza doméstica e higiene pessoal apresentaram deflação no período

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O item que mais aliviou o bolso dos consumidores foi o arroz branco

Pelo quinto mês consecutivo, o custo da cesta básica apresentou queda em Araraquara. Em novembro de 2025, o valor médio recuou 1,18%, passando de R$ 1.031,86 em outubro para R$ 1.027,23, uma redução de R$ 4,63 no período, segundo a pesquisa mensal do Núcleo de Economia do Sincomercio.

Gráfico 1 – Evolução do custo médio e variação mensal da cesta básica em Araraquara – novembro/2024 a novembro/2025

Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara

Os três grandes grupos avaliados apresentaram queda de preço no mês: 1) alimentação, que possui maior peso no custo total da cesta, apresentou variação negativa de 0,34%, ou queda de R$ 2,85 no preço médio; 2) limpeza doméstica diminuiu 0,84% ou barateamento de R$ 0,57; 3) e higiene pessoal, que deflacionou 1,01%, o que significou uma queda de R$ 1,21.

Os principais aumentos percentuais foram: 1) cebola (13,3%); 2) batata (5,2%); 3) óleo de soja (4,6%); 4) sabonete em barra (4,3%) e 5) carne de segunda – acém (3,4%). E os produtos com maior decréscimo percentual foram: 1) ovos brancos (-6,7%); 2) arroz branco (-6,4%); 3) margarina vegetal (-4,9%); 4) desodorante spray (-4,4%); 5) e papel higiênico (-4,1%).

Para conferir o material completo, acesse aqui.

Em termos monetários, a carne de segunda – acém foi o item responsável pelo maior aumento no custo médio da cesta, provocando o acréscimo de R$ 4,70, em razão do aumento de R$ 1,17/kg. Na outra ponta, o item que mais aliviou o bolso dos consumidores foi o arroz branco, com um decréscimo de R$ 5,01 no custo da cesta analisada, em razão da diminuição de R$ 1,67/pacote 5kg.

A deflação do arroz branco está ligada, segundo o Cepea, aos recentes volumes destinados à exportação e à demanda interna, que foram insuficientes para sustentar as cotações. Assim, os valores do arroz em casca recuaram de forma generalizada nas principais regiões produtoras nesta reta final do mês. Em Uruguaiana (RS) e Camaquã (RS), por exemplo, os atuais preços estiveram abaixo dos custos totais calculados em outubro, pelo 10º e 9º mês consecutivo, respectivamente.

O café torrado e moído também foi o segundo item responsável pela maior queda da cesta básica araraquarense em novembro. O Cepea indica que os preços médios atravessaram o mês em forte oscilação, mas os patamares foram semelhantes ao anterior.

“Os valores internos do grão foram influenciados pela expectativa de exclusão do café da lista de produtos sobretaxados nos Estados Unidos e, posteriormente, pela isenção do grão da tarifa extra de 40%. Além disso, os cenários climáticos tanto no Brasil quanto no Vietnã também reforçaram o quadro. Contudo, enquanto o grão in natura foi isento, o café solúvel segue com a sobretaxa de 50%, mesmo com os Estados Unidos sendo um dos principais destinos da produção brasileira”, explica Maria Clara Kirsch, economista do Sincomercio Araraquara.

Já os itens responsáveis pelos maiores aumentos monetários no período, derivados da carne bovina, foram o contrafilé e o acém. Segundo o Cepea, a grande exportação de carne para o mercado internacional tem sido um dos principais fatores de sustentação dos preços no Brasil, à medida que evita o excesso de oferta no mercado doméstico. Até o mês de outubro, o volume embaraçado já representava 96% do total enviado ao exterior ao longo de 2024. Além disso, com o 13º salário e as festividades de fim de ano, o mercado pecuário se volta ao pico de consumo doméstico.

Gráfico 2 – Evolução do preço médio e da variação mensal do arroz branco – novembro/2023 a novembro/2025

Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara

INFLAÇÃO

No acumulado de janeiro a novembro de 2025, a cesta básica barateou R$ 4,18 – o que corresponde a 0,41% de queda. Um dos grandes grupos tiveram seus preços incrementados. Enquanto os itens de alimentação reduziram 3,90%, o equivalente a R$ 34,19, o de higiene pessoal obteve inflação de 3,64%, ou R$ 4,17, e os produtos de limpeza doméstica registraram queda de 0,23%, ou R$ 0,22.

Com relação aos produtos, 22 dos 32 produtos analisados apresentaram encarecimento entre os meses de janeiro e novembro de 2025. Os itens que apresentaram maior alta acumulada foram: 1) café torrado e moído (75,82%); 2) creme dental (37,99%); 3) extrato de tomate (28,96%); 4) desodorante spray (22,66%); 5) e carne de segunda – acém (16,94%). Já os que apresentaram as maiores reduções foram: 1) cebola (-68,73%); 2) batata (-41,86%); 3) feijão carioca (-17,37%); 4) farinha de trigo (-16,30%); 5) e sabão em pó (-11,72%).

A variação acumulada em 12 meses foi de 1,45%, ou seja, encarecimento de R$ 14,68. Sobre grupos, o de alimentação registrou inflação de 0,79%, equivalente a R$ 6,61, o de higiene pessoal aumentou 4,61%, ou R$ 5,23, e os produtos de limpeza doméstica ficaram 4,44%, ou R$ 2,84 mais caros.

Entre os produtos, 18 dos 32 oscilaram em direção ascendente – o que corresponde a 56,25% dos itens que compõem a cesta básica analisada. No acumulado de dezembro de 2024 a novembro de 2025, destacam-se entre os maiores aumentos: 1) café torrado e moído (43,73%), 2) creme dental (16,79%), 3) margarina vegetal (15,21%), 4) sabão em barra (15,17%), 5) e extrato de tomate (12,19%). E os produtos com as maiores reduções percentuais foram: 1) batata (-42,23%), 2) arroz branco (-26,86%) cebola (-42,23%), 2) arroz branco (-26,86%), 3) farinha de mandioca torrada (-18,01%), 4) alho (-16,92%), 5) e queijo muçarela – peça (-16,26%).

SALÁRIO-MÍNIMO

O custo médio da cesta básica em Araraquara representa até o mês de novembro de 2025 cerca de 67,7% do salário-mínimo. O valor está aproximadamente 4,0 pontos percentuais abaixo do registrado no mesmo mês do ano anterior, isto é, em novembro de 2024, quando o valor da cesta básica representava 71,7% do salário-mínimo vigente à época. Em novembro de 2023 e 2022, a cesta básica custava, em média, R$ 889,97 e R$ 950,35, representando, respectivamente, 67,4% e 78,4% do salário-mínimo do araraquarense.

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, para um trabalhador que recebe o piso nacional vigente de R$ 1.518,00, ficou em 148 horas e 52 minutos, aproximadamente. Essa jornada é inferior ao mês anterior, outubro de 2025, quando eram necessárias 149 horas e 32 minutos de trabalho para consumir a mesma quantidade de produtos.

Gráfico 3 – Variação mensal do preço médio dos produtos componentes da Pesquisa de Preços da Cesta Básica em Araraquara – novembro/2025

Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara

Coordenação de pesquisa: Elton Casagrande | Analista de Estudos Econômicos: Maria Clara Kirsch Junqueira | Pesquisador: Bruno H. Camacho