O estado de São Paulo foi o que mais cresceu em criação de vagas formais em março, onde o saldo acumulado no primeiro trimestre representou 142,5 mil oportunidades, sendo 98 mil apenas em março.
A indústria de transformação foi responsável por 9.895 vagas, com destaque para os setores de alimentos, couro e calçados. É importante considerar que estes setores têm uma sazonalidade importante entre os meses de fevereiro e maio, sendo normal o movimento para o mês. No caso do setor alimentício do estado, há a geração de oportunidades relacionadas à safra do açúcar. Já no setor de couro e calçados, a geração de empregos no mês ocorreu principalmente na fabricação de calçados.
Em todo o país, os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho, mostraram que houve uma geração de 328.507 vagas formais, acumulando nos três primeiros meses do ano 479 mil oportunidades de trabalho, sendo a indústria geral do Estado responsável por 10.451 mil vagas.
No entanto, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) mostram-se preocupados com o setor e acreditam que haverá retração da produção industrial ao longo do ano.
Bruno Franco Naddeo, diretor da regional de Araraquara do Ciesp, pontua que deverá haver uma diminuição da produção industrial e consequentemente da criação de vagas. “A projeção indica uma retração da atividade industrial de aproximadamente 1,22%, o que consequentemente deverá impactar o saldo de oportunidades formais do setor industrial”.
Essa diminuição da atividade industrial foi observada por meio da pesquisa realizada pela Fiesp/Ciesp com as industrias paulistas no mês de março, onde 26% dos entrevistados relataram dificuldades para obter insumos. Para abril, a expectativa é pior 33,6% acreditam que terão dificuldades para conseguirem matérias-primas. “Existem dois fatores importantes que justificam esse cenário, o aperto monetário implementado pelo Banco Central e a guerra na Ucrânia, que gera incerteza sobre os custos de produção e retarda a normalização das cadeias globais de insumos”, comenta o diretor do Ciesp.
VENDAS REAIS DA INDÚSTRIA
No primeiro bimestre de 2022, as vendas reais da indústria paulista tiveram queda de 11,3%. Resultado semelhante ao ocorrido em 2017, quando a variação acumulada foi negativa de -11,2%.
As horas trabalhadas na produção e os salários também apresentaram déficit de -2,1% e -1,1%, respectivamente.
SENSOR
No mês de março, o indicador Sensor apontou a queda da atividade industrial paulista. A pesquisa encerrou em 48,5 pontos, reforçando a retração do setor. Resultado inferior ao mês de fevereiro quando marcou 50,2 pontos.