O período de chuvas persistentes colocou em alerta as equipes de Controle de Vetores da Secretaria Municipal de Saúde, que seguem firme com os trabalhos de combate à proliferação do Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Nas últimas semanas, nos bloqueios realizados diariamente, os agentes têm observado aumento de focos do mosquito nos quintais de residências habitadas, em recipientes utilizáveis.
“É preocupante, porque chove praticamente todos os dias e muitos materiais que são utilizados pelos moradores e ficam depositados em áreas descobertas nos quintais estão favorecendo o aparecimento de focos do mosquito. As ações da Saúde continuam, mas a colaboração dos moradores é imprescindível para que possamos dar conta de eliminar esses possíveis criadouros”, adverte Alessandra Cristina do Nascimento, gerente de Controle de Vetores.
Ainda segundo ela, a ação de Avaliação de Densidade Larvária (ADL), que está em execução e terá os relatórios concluídos no fim do mês, já dá indícios de aumento da quantidade de Aedes aegypti encontrada em fase larvária.
O mesmo ocorre nos relatórios do MI Aedes, que é o sistema de monitoramento de armadilhas, que também já mostra um aumento da infestação de mosquitos fêmeas adultos. De acordo com o relatório mais recente, da última semana de dezembro, os índices que avaliam a quantidade de fêmeas do Aedes encontradas, não necessariamente contaminadas, atingiram níveis críticos.
O monitoramento de armadilha foi implantado no município em 2020, quando armadilhas foram instaladas em todos os bairros do município, com autorização dos donos das residências. Hoje, são 909 instaladas. A armadilha simula um criadouro para a fêmea do Aedes aegypti, que é atraída para dentro e fica retida por um cartão adesivo. Essas armadilhas são visitadas por uma equipe semanalmente. Os agentes identificam e qualificam os mosquitos e os dados são enviados para um sistema. Os vetores são enviados para um laboratório e, depois da análise para verificar se o mosquito está contaminado, a Prefeitura recebe um aviso de quais áreas têm circulação viral para tomar as ações necessárias.
Com base nesses dados, são feitos diariamente os bloqueios, que são as vistorias casa a casa, com orientações sobre eliminação de criadouros, já que há uma identificação de que 80% dos criadouros estão nas residências. E também são mantidas as ações educativas, inclusive nas escolas.
“No bloqueio recente, em 20 quadras trabalhadas, encontramos 27 recipientes com larvas nos quintais”, exemplifica ela. “As pessoas precisam ficar atentas aos quintais. É importante fazer uma inspeção de vez em quando para ver se não tem nada acumulando água e, se tiver, é preciso retirar, secar e manter em ambiente coberto, protegido da chuva. E usar produtos alternativos, como água sanitária, sal ou detergente, onde não é possível, como nos ralos externos”, acrescenta Alessandra.
Araraquara fechou 2022 com 20.922 casos confirmados, com maior incidência de janeiro a junho. Neste ano, há casos suspeitos, mas nenhum confirmado até a data de hoje.
Mesmo com a queda dos números de casos no segundo semestre, as ações de combate à dengue não são interrompidas, porque Araraquara está numa região endêmica, especialmente em virtude do clima, e, desta forma, pode apresentar casos durante todo o ano.
Diante da necessidade dos trabalhos ininterruptos, a Prefeitura criou oficialmente, em 2018, a Sala de Situação da Dengue, que acompanha a evolução dos casos, avalia a situação e traça as ações de combate. Atualmente, o grupo vem se reunindo mensalmente. É formado por representantes das secretarias municipais e gestores de todas as áreas da administração, entre eles a Vigilância em Saúde, da Secretaria de Saúde.
SINTOMAS
É muito importante que as pessoas busquem atendimento médico se estiverem com sintomas da dengue. Os mais comuns são febre alta, dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo, além de náuseas e vômitos. Em quadros graves podem ocorrer dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes e hemorragia, o que necessita de imediata atenção médica, pois pode ser fatal.
O atendimento médico das pessoas com sintomas de dengue é realizado nas 3 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), com atendimento 24 horas, e em todas nas unidades básicas de saúde (UBS) do município, das 8 às 16 horas. A sorologia, exame realizado para confirmação da doença, é feito nas UBSs.