Trazendo o primeiro editorial, o Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara escolheu temas relevantes da economia para ampliar perspectivas. Dando início, o Banco Central divulgou o índice de atividade econômica: os dados mais recentes, referentes ao primeiro trimestre de 2025, mostram um desempenho satisfatório do Brasil, que cresceu 3,5% em relação ao trimestre anterior. Tais resultados influenciam os meses que se seguem e nesse primeiro trimestre a agropecuária liderou no âmbito nacional, regiões e estados. O Sudeste cresceu 2,5% e o estado de São Paulo 3,3% em termos de atividade econômica no índice. A região ficou atras do Centro-Oeste, Sul e Norte, com todos esses apresentando uma expansão positiva.
No emprego, houve a predominância do desligamento de mais de um milhão de pessoas do mercado de trabalho, com o aumento da taxa de desemprego de 6,2% pra 7% no primeiro trimestre do ano. Os últimos dados para o mês de abril pelo IBGE mostram que a taxa de desocupação entre março e abril voltou a cair e ficar em 6,6% e a população na força de trabalho aumentou discretamente, sendo que a ocupada se encontra nos maiores níveis de atividade econômica. Dessa forma, observa-se uma ligeira recuperação no período de fevereiro a abril, comparado ao intervalo de janeiro a março. Ainda no primeiro trimestre, um fato que chama atenção sobre os desligamentos do mercado de trabalho, segundo a pesquisa nacional do IBGE por amostra domiciliar, é a redução do trabalho no setor público sem carteira. Foi o segundo maior contingente, depois do setor privado, com destaque para estados do Norte, Nordeste, Sudeste e Sul, já que trabalhos contratados verbalmente, assessores e cargos de confiança, por exemplo, apresentaram queda significativa. No mercado de trabalho formal, houve expansão dos postos com carteira assinada, assim o Brasil parece estar formalizando suas atividades econômicas. Abaixo, confira os dados mensalmente divulgados pelo Novo CAGED e Mapa de Empresas.
Araraquara registrou novo saldo positivo na abertura de empresas e no de novos vínculos de empregos em abril de 2025, segundo o levantamento do Núcleo de Economia do Sincomercio. A análise também destaca os pedidos formais de seguro-desemprego regionais no período.
ESTOQUE DE EMPRESAS
No mês avaliado, Araraquara apresentou um estoque de 34.812 empresas ativas, com 572 criadas em contrapartida das 326 encerradas, resultando em um saldo de 246. Junto com São Carlos, as duas cidades representam aproximadamente metade das empresas ativas da Região Central, que atingiu 142.564 unidades produtivas (+0,83%).
ESTOQUE DE VÍNCULOS FORMAIS
Em relação ao estoque de vínculos de trabalho, Araraquara obteve um saldo positivo de 131, com 3.688 admissões em contraste com os 3.557 desligamentos ocorridos no mês, o que conferiu à cidade um estoque de 85.080 vínculos. Já a Região Central apresentou um estoque de vínculos de 341.344 (+1,16%), com 18.170 admissões e 14.268 desligamentos.
SEGURO-DESEMPREGO
No mês de abril, também foram solicitados 857 (-22%) pedidos de seguro-desemprego na cidade, número que representa 24,2% de um total de 3.541 pedidos que aconteceram na Região Central.
POPULAÇÃO
Para entender melhor a dimensão econômica dos municípios analisados, a cidade de Araraquara possui cerca de 242.228 habitantes, segundo o último IBGE, realizado em 2022. São Carlos, que possui um porte parecido com o município araraquarense, possui um total de 254.822. Sendo as duas maiores cidades da Região Central, Araraquara e São Carlos obtiveram uma taxa de 1,0% e 0,96% respectivamente, de pedidos de Seguro-Desemprego em relação ao seu estoque de vínculos no mês de abril de 2025. Já as duas menores cidades da região, Trabiju, com seus 1.682 habitantes, e Cândido Rodrigues, com 2.889, obtiveram taxas de 0,43% e 1,04% de pedidos de Seguro-Desemprego no período em relação ao estoque de vínculos.
Tabela 1 – Estoque de Vínculos Formais / Número de Empresas Ativas / Pedidos de Seguro-Desemprego – Brasil; Sudeste; Estado de São Paulo; e Região Central – abril de 2025
PRINCIPAIS DESTAQUES DE ARARAQUARA
No mês de abril, o saldo positivo de 131 vínculos formais foi puxado pelas mulheres (157), enquanto os homens foram mais demitidos do que admitidos (-26). Entre os graus de escolaridade, se destacam o ensino médio completo (138), o médio incompleto (48) e o fundamental incompleto (23) entre aqueles que tiverem saldo positivo de empregos. Já o ensino fundamental completo (-51), o superior completo (-25) e o superior incompleto (-6) obtiveram resultados negativos na cidade no mês analisado.
Além disso, entre as faixas etárias, os indivíduos de 18 a 24 anos (77) foram aqueles que obtiveram o maior número de vínculos em abril, seguidos pelos indivíduos de até 17 anos (54) e pela faixa de 40 a 49 anos (51). Já a faixa de 25 a 29 anos (-79) e a de 65 anos ou mais (-7) obtiveram saldo negativo de vínculos formais.
Entre os grandes setores, três dos cinco principais incrementaram seus postos de trabalho, com os serviços (201) liderando o maior saldo, o comércio em segundo lugar (60), seguido pela agropecuária (8). Já a construção (-38) e a indústria (-100) sofreram reduções no número de vínculos formais.
Coordenação de pesquisa: Elton Casagrande | Pesquisadores: Maria Clara Kirsch Junqueira e Bruno H. Camacho
