A qualidade da água distribuída pelo DAAE à população de Araraquara está sendo questionada por um relatório que acaba de ser publicado pelo Mapa da Água, através do Repórter Brasil e contraria todas as informações dadas pelo órgão responsável pelo abastecimento em nosso município. A propósito, o Daae já se manifestou em nota enviada pela sua assessoria e assinada pelo superintendente Donizete Simioni (veja no final).
Os dados que compõem o mapa são resultados de testes feitos pelas empresas e instituições responsáveis pelo abastecimento. Eles integram a base de controle do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano, o Sisagua, do Ministério da Saúde. Os dados foram interpretados de acordo com os parâmetros do Ministério da Saúde.
O mapa divide as substâncias em dois grupos de periculosidade (que determina os tons de vermelho). Essa divisão foi feita pela Repórter Brasil com base nas classificações dadas a cada substância pelos órgãos reguladores mais reconhecidos do mundo, como a OMS.
De acordo com a publicação a água tratada pode carregar agrotóxicos e outras substâncias químicas e radioativas que são perigosas para a saúde quando acima dos limites fixados pelo Ministério da Saúde. O mapa revela onde ocorreu esse tipo de contaminação. As informações são de testes feitos pelas empresas de abastecimento que foram enviados ao Sisagua, banco de dados do Ministério da Saúde.
SAIBA O QUE TEM NA ÁGUA DE ARARAQUARA
O relatório diz que foi detectada 1 substância com os maiores riscos de gerar doenças crônicas, como câncer, acima do limite de segurança e 2 outras que também geram riscos à saúde na água de Araraquara.
Detecções ACIMA DO LIMITE DE SEGURANÇA na água de Araraquara (SP) entre 2018 e 2020:
Substância(s) com o(s) maior(es) risco(s) de gerar doenças crônicas, como câncer:
Cádmio (Substâncias Inorgânicas)
O cádmio e seus compostos são classificados como cancerígenos para o ser humano (grupo 1) pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. Como base para essa classificação, estão evidências de tumores pulmonares em trabalhadores e animais que inalaram a substância. Os principais efeitos da exposição prolongada são doença pulmonar crônica obstrutiva e enfisema, além de distúrbio crônico dos túbulos renais. Essa é uma substância utilizada pela indústria: o metal cádmio é usado como anticorrosivo em aço galvanizado, o sulfeto de cádmio e selenito como pigmentos em plásticos e os compostos de cádmio na manufatura de pilhas, baterias, componentes eletrônicos e reatores nucleares.
Substância(s) que também gera(m) riscos à saúde:
Trihalometanos Total (Subprodutos da desinfecção)
Os trihalometanos são um grupo de compostos químicos e orgânicos que derivam do metano. Ele inclui substâncias como o clorofórmio, classificado como possivelmente cancerígeno pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC). A exposição oral prolongada a esta substância pode produzir efeitos no fígado, rins e sangue. Os trihalometanos são utilizados como solvente em vários produtos (vernizes, ceras, gorduras, óleos, graxas), agente de limpeza a seco, anestésico, em extintores de incêndio, intermediário na fabricação de corantes, agrotóxicos e como fumigante para grãos. Alguns países proíbem o uso de clorofórmio como anestésico, medicamentos e cosméticos.
Mercúrio (Substâncias Inorgânicas)
O cloreto de mercúrio é classificado como possivelmente cancerígeno pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, devido ao aparecimento de tumores de estômago, na tireoide e renais em animais. Além disso, a exposição prolongada ao mercúrio afeta os rins e pode alterar o tecido testicular, aumentar as taxas de reabsorção e gerar anomalias no desenvolvimento. Os compostos inorgânicos de mercúrio são utilizados em alguns processos industriais e na produção de outras substâncias químicas. Também são usados em rituais e para fins medicinais. O metilmercúrio, um dos compostos de mercúrio orgânico frequentemente usado em garimpos para extração de ouro, é o mais tóxico e apresenta danos principalmente ao sistema nervoso e pode causar até a morte.
DAAE RESPONDE EM NOTA
O Departamento Autônomo de Água e Esgoto sobre a divulgação do relatório publicado pelo Mapa da Água diz que – que trata da qualidade da água em vários municípios do Brasil, no período de 2014 a 2020, a qual cita dados de Araraquara, o Daae (Departamento Autônomo de Água e Esgotos) esclarece que segue rigorosamente todas as normas e padrões estabelecidos pela Portaria 888/21, que rege os padrões de potabilidade da água, bem como os tipos de análises e frequência da coleta de amostras.
Causaram estranheza as informações trazidas pela reportagem já que, em momento algum, o Daae foi notificado por órgão oficial de controle sobre qualquer alteração nos padrões de potabilidade da água para consumo humano.
Ao contrário disso, o Daae possui uma equipe técnica altamente qualificada e preparada, formada por servidores públicos que, em sua maioria, há décadas prestam serviço e garantem a qualidade da água de Araraquara. A água do nosso município possui todos os certificados de qualificação das agências reguladoras como a ARES, bem como a monitoria, fiscalização e certificação do ISO.
Ressalta-se ainda que todas as informações constantes no Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), que, pelo que consta na matéria, serviu de base para a sua elaboração, é alimentado pelo próprio Daae. Portanto, dados sustentados pelos relatórios elaborados cotidianamente pela autarquia que atestam a qualidade da água do nosso município.
ualidsImportante ainda ressaltar que o DAAE elabora de duas em duas horas relatórios sobre a qualidade da água captada em suas estações, sempre agindo com muita transparência e zelo pelos interesses públicos.
Todas as informações divulgadas serão verificadas, já que o DAAE trabalha com transparência e divulga cotidianamente todas as suas informações.
CLIQUE AQUI E VEJA SITUAÇÃO DE ARARAQUARA DENTRO DO MAPA DA ÁGUA
https://mapadaagua.reporterbrasil.org.br/municipios/sp/araraquara