Alegando que “vão falar apenas em Juízo”, as duas testemunhas que denunciaram a suposta rachadinha na Câmara Municipal de Araraquara envolvendo o vereador Emanoel Sponton, do Progressista, deixaram de comparecer a primeira reunião do Conselho de Ética nesta segunda-feira (31). O comunicado foi feito por volta das 11 horas ao presidente desta comissão, o vereador Aluísio Braz, o Boi.
Se por um lado houve frustração política, pois o conselho daria o primeiro passo para encontrar provas documentais que elucidem o possível ato de corrupção do parlamentar denunciado, por outro, as denunciantes falando em Juízo estariam asseguradas pelo conforto de fugir dos questionamentos políticos, ou seja, do desconforto em delatar atos cometidos no gabinete, estando amparadas e protegidas pela legitimidade do Ministério Público.
O presidente do Conselho, Aluísio Braz, além da ausência das antigas funcionárias do gabinete de Sponton na reunião desta tarde, marcada para 14 horas, teria outro desfalque: da vereadora Filipa Brunelli, do PT, que no final de semana trocou farpas com o presidente da Câmara, Rafael de Angeli. Brunelli, que faz parte do conselho alegou estar adoentada.
O presidente do Conselho de Ética reafirmou que a instalação dos trabalhos, mesmo sem a palavra das denunciantes terá que continuar, mesmo sem a denúncia estabelecida oficialmente, pois no caso não há materialidade para atribuir responsabilidade ou crime. Boi quis dizer que sem a denúncia formalizada não há crime. Mas, outros assessores que trabalharam com Sponton poderão ser ouvidos dentro do prazo de 30 dias.
Uma outra dúvida é sobre o comportamento do Ministério Público, pois segundo consta nenhuma denúncia sobre a suposta rachadinha de Sponton teria sido encaminhada ao órgão. Não há denúncia, não há crime.