ELEIÇÃO MUNICIPAL
Caiu em nossas mãos não sei se por acaso ou de propósito, os resultados de pesquisa realizada pelo instituto Factual, de São Carlos, que realiza pesquisas para o PT local. O resultado aponta empate, na ponta, puxado por Eliana Honain (PT), com 16% das intenções de voto, seguida de perto por Cláudio Lapena (Pat) que ostenta 15% dos sufrágios e também empata com Edna Martins (PSDB) que tem 12% das preferências. Rafael De Angeli tem 4% e Rubens Tosito, 1%.
EDINHO, APROVAÇÃO DE 41%
A pesquisa aponta também 15% de brancos e nulos e 37% de indecisos. Mas o cenário tem apenas cinco candidatos e exclui Pedro Tedde do disco. Pergunta-se por quê na pesquisa feita pelo Zé, namorado da Edna, ela aparece em primeiro e nesta do PT é a Eliana que está na frente? Primeira dúvida! O Governo do prefeito Edinho Silva é aprovado por 41% dos eleitores, com o muro do regular em 33% e reprovação de 23%. Esses números são consenso.
POTENCIAL DE VOTOS
Na questão do potencial de crescimento – dado que baliza as pesquisas nos EUA – Eliana poderia crescer sobre 22%, Lapena sobre 23% e Edna sobre 25%, mas percebi uma incoerência entre as intenções de voto individuais (Eliana 13%, Lapena 11% e Edna 7%), todas abaixo das intenções normais. Isso não pode ocorrer! As intenções individuais têm que ser, no mínimo, iguais às normais e, geralmente, são superiores. E o potencial de crescimento, o que se busca da simpatia, é o que está dado e tenta-se alcançar, não a soma com as intenções normais.
TRANSFERÊNCIA DE VOTOS
Segundo ainda a Pesquisa-Factual, o apoio do prefeito Edinho Silva, supera o do presidente Lula e é mais que o dobro de Jair Bolsonaro. Em tese, Edinho transferiria cerca de 48% de votos a um candidato que apoiasse – Ele teve 46% em 2020 – Lula conseguiria transferir apoio de 45% e Jair Bolsonaro apenas 21%. Em compensação, 43% não votariam no candidato do Edinho, 43% no candidato apoiado por Lula e 70% não votariam no candidato de Bolsonaro.
BOLSONARO INELEGÍVEL
Finalmente, por sete votos a dois, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) formou maioria e condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a oito anos de inelegibilidade. Com os direitos políticos cassados, Bolsonaro estaria fora da eleição de 2026 e poderia ser candidato apenas na eleição de 2030, aos 75 anos se ainda estiver vivo politicamente até lá e os outros 600 processos contra ele, não derem em nada, pelo tanto de crimes que cometeu no Governo.
VOTOS DA CONDENAÇÃO
Os votos pela condenação – vingança de todos os democratas do país, neste momento, – foram dos ministros: relator Benedito Gonçalves, seguido por Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares, Carmen Lúcia e pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes. Votaram pela absolvição, os ministros Raul Araújo e o indicado de Bolsonaro ao STF, Kássio Nunes Marques, que em todos os processos sobre os atos golpistas tem se alinhado ao ex-presidente.
A CONTESTAÇÃO
Seus companheiros de partido que apostavam até o último minuto na absolvição, não jogaram a toalha. Prometem uma enxurrada de recursos, a começar pela tentativa de reverter o veredicto contestando o uso da “Minuta do Golpe”, encontrada com o ex-ministro Anderson Torres, juntada ao processo, que na opinião deles seria ilegal. A minuta não deixa de ser mais um penduricalho que dá margem à contestação. Outros recursos chegariam até ao STF.
‘CALIGRAFIA DE BOLSONARO’
Um dia antes do julgamento, em jantar com um advogado, Alexandre de Moraes disse que a sentença pela inelegibilidade estava “escrita com a caligrafia do próprio Bolsonaro” que, sozinho escolheu esse caminho. A historiadora Lilia Schwarcz disse em entrevista: “o ex-presidente atacou sistematicamente a democracia por quatro anos, elogiou a ditadura e lutou por ela até o fim com o veneno da mentira e fake News. A condenação é simbólica por isso”.
PRESIDENCIÁVEIS DA DIREITA
Para o vice-presidente do PL, deputado capitão Augusto, em entrevista ao Uol News, a condenação de Jair Bolsonaro a inelegibilidade, “vai fortalecer o ex-presidente” em vez de “enfraquecê-lo, porque agora, o líder da direita vai se tornar o maior cabo eleitoral da história deste país e se cacifar para eleger o próximo presidente” e citou os nomes dos governadores Tarcísio de Freitas, Romeu Zema, Ratinho Jr., Michele Bolsonaro e da senadora Tereza Cristina.
PROCESSOS DE BOLSONARO
Segundo levantamento do jornalista e escritor Ruy Castro, Jair Bolsonaro, foi alvo de 158 pedidos de impeachment – 66 sob Rodrigo Maia, na presidência da Câmara e 92 sob Arthur Lira, todos arquivados -; a CPI da Covid o acusou de crimes contra a administração, a paz e à saúde públicas e Augusto Aras o engavetou. São 600 processos. “Perderá em todos, mas continuará a dar despesas e ocupar o tempo que o país gasta para consertar os seus estragos”.
PL: ‘1.500 PREFEITOS?’
E por conta desse sonhado fortalecimento de Jair Bolsonaro e da coesão da tal direita, menos, é claro, dos presos e investigados no 8 de janeiro, o PL projeta um crescimento de 400% no número de prefeitos que pretende eleger na eleição de 2024, quintuplicando seu número de 300 prefeitos hoje. Se tomarmos por base a eleição de 2020, os cálculos do PL não passam de desejo delirante. Bolsonaro apoioU 13 prefeitos e só elegeu dois. Agora vai eleger 1.500?
PT TAMBÉM SE MEXE
No mesmo sentido o PT se mexe. Formou o Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) para trabalhar o pleito municipal, pensando na reeleição de Lula em 2026. Segundo Jilmar Tatto, “O projeto de 2024 deve preparar o de 2026”. Mas o partido dará mais atenção às cidades com mais de 100 mil habitantes que têm emissoras e, portanto, propaganda de TV. Por enquanto controla 183 prefeituras no país. O GTE com oito participantes é coordenado pelo senador Humberto Costa.
ADUBANDO A DIREITA
O presidente Lula, segundo analistas, continua “adubando o terreno da direita” na sua sanha em dar apoio à ditadura de Nicolás Maduro, da Venezuela, sem uma crítica sequer ao contrário. Em uma entrevista para uma rádio no Sul, relativizou a democracia “e deu um tapa na cara dos eleitores de centro que votaram nele contra Bolsonaro”. Em São Paulo disse que a esquerda tem que olhar para seus erros, mas não se desculpa do “Mensalão” e do “Petrolão”!